Luís Adorno, FOLHAPRESS
Um policial militar sem identificação na farda empurrou pelas costas o repórter do UOL, Luís Adorno, enquanto ele gravava um princípio de tumulto entre três jovens identificados como neonazistas e manifestantes contrários ao governo Jair Bolsonaro (sem partido), no início da tarde deste domingo (14), na avenida Paulista.
Ao ser empurrado, o celular do repórter caiu no chão e teve a tela danificada. A comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) lamentou a ação. Não havia aglomeração de pessoas. Segundo testemunhas, o policial empurrou para atrapalhar o registro.
O repórter procurou o policial, questionou sua identificação e afirmou que ele não precisava ter cometido a agressão. O PM, em tom intimidatório, afirmou: "Vem cá, vamos trocar uma ideia, o que você falou aí? O que você falou aí?". Em seguida, xingou o repórter com um palavrão.
A situação ocorreu após três jovens terem passado em frente à manifestação com símbolos nazistas.
Manifestantes antifascistas tentaram expulsá-los do local. Ao chegar próximo de uma viatura da PM estacionada, um dos manifestantes antifascistas denunciou os três neonazistas aos PMs.
A agressão do PM contra o repórter ocorreu enquanto ele gravava uma discussão entre os antifascistas, os neonazistas e os policiais militares.
Rafael Ferreira Souza, antifascista, testemunhou a agressão. "Você pegou o celular para filmar o que estava acontecendo e chegou o policial e te esbarrou de propósito, isso aí todo mundo viu, de propósito, pra você não filmar o que tava acontecendo", afirmou.
O capitão da PM Rogério da Silva Julio orientou o repórter a enviar as informações para a Corregedoria para que seja apurado e afirmou que esse tipo de atitude não é tolerável.