25 de Novembro de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

Petrobras reduz preço da gasolina em 4,9%

Foto: Agência Brasil
Postado em: 20/07/2022

Compartilhe esta notícia:

Nicola Pamplona, FOLHAPRESS


A Petrobras anunciou nesta terça-feira (19) redução de 4,9% no preço médio de venda da gasolina por suas refinarias. A partir desta quarta (20), o litro do combustível será vendido, em média, por R$ 3,86, um corte de R$ 0,20.


É a primeira queda no preço da gasolina vendida pelas refinarias da estatal desde dezembro de 2021. Em 2022, a escalada das cotações internacionais após o início da Guerra da Ucrânia levou os preços dos combustíveis a recordes históricos, cenário que derrubou dois presidentes da Petrobras.


Em nota, a estatal disse que o corte anunciado nesta terça acompanha a evolução das cotações internacionais "e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".


É a primeira mudança nos preços dos combustíveis na gestão de Caio Paes de Andrade, que chegou à empresa com a missão de evitar aumentos, mas tem sido ajudado pela queda das cotações internacionais do petróleo em meio a temores de recessão global.


Com o recuo do petróleo nas últimas semanas, era crescente a pressão de aliados e apoiadores do governo por cortes na gasolina. O produto chegou a ficar 99 dias sem reajustes durante a escalada do petróleo no início do ano, até ser aumentado em 5,2% no dia 18 de junho.


O mercado, porém, viu com naturalidade a decisão da empresa, já que a diferença de preços abria maior margem para importações por concorrentes. Agora, dizem fontes, eventual novo pico de preços do petróleo passa a ser um teste para a autonomia da Petrobras durante o período eleitoral.


Depois de um período de queda, em que chegou a ser cotado em patamar inferior ao visto durante toda a guerra, o barril do petróleo Brent voltou a avançar nos últimos dias. No fim da tarde desta terça, a commodity apresentava alta de 1,04%, a US$ 107,38 (R$ 578,76). Nos últimos três dias, a alta acumulada é de aproximadamente 8%. Neste ano, o petróleo já subiu 38%.


"Apesar da redução no preço, ainda vemos as margens de refino da Petrobras em níveis saudáveis", escreveram os analistas do Goldman Sachs Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.


As ações mais negociadas da empresa subiram 2,03% nesta terça, impulsionando a Bolsa. Também nesta terça, a Petrobras informou que a agência de classificação de risco Fitch alterou a perspectiva de sua nota de crédito de negativa para estável, como reflexo da melhora na nota do Brasil.


Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras passava de uma semana acima da paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços. Nesta terça, a diferença era de R$ 0,30 por litro.


O preço do diesel, que não terá alterações, está R$ 0,28 por litro mais caro nas refinarias brasileiras, mas tem oscilado entre períodos acima e períodos abaixo da paridade de importação.


A Petrobras estima que o corte nas refinarias represente uma queda de R$ 0,15 por litro no preço final na bomba, considerando que a mistura vendida nos postos tem 27% de etanol.


O consumidor já vem sendo beneficiado pelos cortes nos impostos federais e estaduais sobre o combustível, aprovados em lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de junho. ​

 

Desde então, o preço médio da gasolina nos postos brasileiros caiu 17,8%, para R$ 6,07 por litro, o menor patamar desde junho de 2021, em valores corrigidos pela inflação.


Já o preço do diesel, que já não tinha incidência de impostos federais e tinha alíquotas menores de ICMS, foi menos afetado pelas medidas aprovadas pelo Congresso, com queda de apenas 1,2% nas bombas após os cortes de impostos estaduais.


O aumento do preço dos combustíveis é um dos principais fatores que vêm impulsionando a inflação, principal preocupação do Planalto às vésperas da eleição.


Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


O IPCA, índice oficial de inflação do país, acumula alta de dois dígitos, acima de 10%, há 10 meses. Ou seja, desde setembro do ano passado.


Uma sequência tão longa não ocorria desde o intervalo de 2002 a 2003. À época, o índice ficou em dois dígitos por 13 meses consecutivos, de novembro de 2002 a novembro de 2003.


As medidas recentes adotadas pelo governo federal, no entanto, já começaram a surtir efeito. Em junho, dado mais recente disponível, os preços da gasolina, item de maior peso individual no IPCA, caíram 0,72%, enquanto o etanol recuou 6,41%. O óleo diesel, por outro lado, subiu 3,82%.


O impacto no bolso do eleitor da redução deve ser sentido, no curto prazo, principalmente pela classe média, e não pelos mais pobres, uma vez que a gasolina tem um peso maior no consumo da população de renda mais alta.

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

PF investigará incêndio na casa de autor de atentado em Brasília

UNIP apresenta a live “A força da educação a distância no mercado corporativo”

Barack e Michelle Obama declaram apoio à candidatura presidencial de Kamala

Professor da Fatec Sorocaba adapta máscara de mergulho para tratar Covid-19

Bolsonaro vai a São Paulo na quinta fazer nova avaliação médica

Ave com bico obstruído por barbante é resgatada no Parque Campolim