Jovem Pan News
A influenciadora Cintia Bernardi passou grande parte da vida fazendo dietas. Ela sempre se alimentou bem, mas, no ano passado, com 126 quilos, Cintia decidiu buscar acompanhamento de uma nutricionista. Cansada das chamadas receitas fit, a influenciadora decidiu comer só uma maçã à noite e levou uma bronca. “Eu sei que aquilo lá me esgotou de uma tal forma que eu decidi, na noite, que no dia seguinte eu iria na consulta com a minha irmã para ver o processo da bariátrica. Eu fui na consulta com a minha médica, quando cheguei lá já estava com todos os exames feitos. Daí ela deu a entrada no convênio e em uma semana já esta aprovada.”
A cirurgia bariátrica é uma das formas de controlar a obesidade mais grave e consequentes comorbidades a longo prazo. Um quadro de hipertensão e início de depressão levou a estudante de Direito, Priscila Moreira, a buscar ajuda médica. Depois de dois anos de espera e mais de um ano de acompanhamento psicológico e clínico, ela pode fazer a operação. “Desde que eu sai da sala de cirurgia eu não tomei mais nenhum remédio de pressão, nem nada. Tem gente que pensa que é a maneira mais fácil de emagrecer, mas não é. É muito difícil, penoso. A recuperação não é fácil, a dieta liquida não é nada fácil. Mas é muito gratificante você poder nascer de novo.”
Atualmente, mais de 13,5 milhões de brasileiros cumprem os requisitos clínicos para a bariátrica. Menos de 2% realizam o procedimento por medo, falta de informação ou dificuldade de acesso. O especialista da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Admar Concon Filho, explica os requisitos para que um paciente possa fazer a cirurgia. “Tem indicação para cirurgia bariátrica o paciente que tem obesidade por mais de dois anos, que tentou tratamento clinico com endocrinologista e não deu certo ou emagrecer e voltou a engordar. Quem tem um IMC de 40 para cima ou de 35 para cima e já tem doenças provocadas ou agravadas pela obesidade”, explica. Em 2019, 68.350 bariátricas foram realizadas no Brasil, aumento de 7% em relação ao ano anterior. No entanto, com a suspensão de procedimentos eletivos em decorrência da pandemia da Covid, o número deve diminuir em 2020. Só na rede pública, a queda foi de 60% entre janeiro e junho deste ano.
*Com informações da repórter Nanny Cox