A paralisação de ônibus e o protesto dos trabalhadores do transporte público em Sorocaba prosseguirão neste sábado (25), conforme o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região.
Segundo os representantes sindicais, o motivo é que "até o momento, a negociação com as empresas não avançou para um acordo".
Nesta última sexta-feira (24), o sindicato informou que as negociações continuam emperradas porque as empresas do transporte urbano de Sorocaba encaminharam telegrama com “comunicado de demissão” para algumas dezenas de trabalhadores. "A intenção das empresas é de demitir cerca de 60% da categoria. O Sindicato não aceita a demissão de nenhum trabalhador", disse o sindicato em nota.
Veja um trecho da nota do sindicato
"Além da tentativa de demissão em massa, as empresas não pagaram parte do salário referente ao mês de março – que deveria ter sido pago no 5º dia útil de abril – e não pagaram o adiantamento salarial no dia 20 de abril".
Empresas se dizem surpresas e pedem desculpas à população
As empresas que administram o transporte coletivo de Sorocaba, Consor e STU, enviaram no início da noite desta sexta-feira (24) uma nota conjunta em que afirmam surpresa com a paralisação do transporte na cidade e confirmam a demissão de parte dos seus funcionários, em virtude da queda na arrecadação.
Segundo a nota, pela vontade da empresa, todos estariam trabalhando e recebendo normalmente. "Recebemos o apoio financeiro da Prefeitura que ajudará somente em parte do pagamento das despesas referente a circulação de 40% da frota, porém para os 60% restantes não há recurso disponível em caixa", explica a nota.
As empresas afirmam também que o Sindicato solicitou condições impossíveis. "A entidade deseja que o rodoviário trabalhe metade e exige que receba a remuneração total. O que não é possível pela falta de caixa das empresas. A proposta colocada pelas empresas é a condição possível para o atual momento", salienta a nota.
A Prefeitura de Sorocaba ainda não se manifestou sobre o assunto de modo oficial.
Confira a íntegra da nota
"O CONSOR e a STU pedem desculpas à população sorocabana pela falta de transporte na cidade e esclarece que também foram surpreendidos pela ação de paralisação feita pelo Sindicato dos Rodoviários.
Conforme informamos nos últimos dias, estamos enfrentando uma grave situação de arrecadação devido a pandemia do Covid-19. O isolamento social gerou a queda no transporte de passageiros e, consequentemente, impactou no faturamento das empresas.
Recebemos o apoio financeiro da Prefeitura que ajudará somente em parte do pagamento das despesas referente a circulação de 40% da frota, porém para os 60% restantes não há recurso disponível em caixa.
Diante da realidade e contrário à vontade das empresas, não temos outra opção senão dispensar parte dos colaboradores. Lamentamos profundamente essa medida, mas foi a única solução encontrada para que alguns postos de trabalho sejam preservados e evitemos o fechamento total da operação pela falta de subsídio.
Pela vontade das empresas, todos estariam trabalhando e recebendo seus pagamentos corretamente como lhes é de direito. No entanto, as consequências da pandemia estão indo muito além de afetar a saúde física dos brasileiros. Agora, é a saúde da economia que está adoecendo.
Aproveitamos a oportunidade para explicar que o Sindicato aceitou o acordo com base na Medida Provisória 936/20 para a redução de salarial conforme a carga horária de trabalho. Porém, a entidade deseja que o rodoviário trabalhe metade e exige que receba a remuneração total. O que não é possível pela falta de caixa das empresas. A proposta colocada pelas empresas é a condição possível para o atual momento.
O CONSOR e a STU repudiam a situação de violência e depredação ocorrida na garagem da STU na tarde de hoje (24/4) e reafirma o posicionamento de que soluções devem ser buscadas por meio do diálogo e da união. Para nós, cada profissional representa uma família e sabemos que todos são importantes, por isso, seguimos firmes com o propósito de fazer o melhor dentro das nossas possibilidades e deveres."