22 de Novembro de 2024
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Novas mensagens de Bolsonaro a Moro reforçam versão de interferência na PF

Foto: Agência Brasil
Postado em: 24/05/2020

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FOLHAPRESS

Novas mensagens de Jair Bolsonaro (sem partido) ao ex-ministro Sergio Moro (Justiça) reforçam a versão do ex-juiz de que o presidente tentou intervir na Polícia Federal trocando o ex-diretor-geral Maurício Valeixo.


Uma cobrança de troca do comando da PF ocorreu poucas horas antes da reunião ministerial do dia 22 de abril.


Em texto enviado às 6h26 daquela quarta-feira, Bolsonaro escreveu: "Moro, Valeixo sai esta semana", afirmou. "Está decidido".


A seguir, enviou: "Você pode dizer apenas a forma. A pedido ou ex oficio [sic]."


As mensagens foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmadas pela reportagem.


Moro respondeu 11 minutos depois e pediu para conversar pessoalmente com Bolsonaro sobre o assunto. "Estou a disposição para tanto", escreveu.


As mensagens constam do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura as acusações de Moro, que deixou o governo acusando o chefe de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.


Valeixo foi exonerado no dia 24 de abril, um dia depois de o presidente avisar a Moro que havia decidido trocá-lo, o que levou à demissão do ex-juiz do Ministério da Justiça.


Na manhã do dia 23, o presidente enviou uma mensagem a Moro falando da troca de Valeixo.


Ao citar matéria do site O Antagonista intitulada "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas", Bolsonaro escreveu "Mais um motivo para a troca", se referindo à sua intenção de tirar Valeixo do comando da corporação.


Bolsonaro nega que, durante a reunião no Planalto do dia 22 de abril, tenha se referido especificamente à PF em suas falas.


Afirma que jamais buscou pressionar Moro para mexer na corporação com o objetivo de influenciar em investigações ligadas a questões pessoais ou familiares.


Na sexta-feira (22), foi divulgada a gravação da reunião entregue pelo governo ao STF no inquérito.


O teor do vídeo e os depoimentos em curso são decisivos para a PGR (Procuradoria-Geral da República) concluir se irá denunciar o presidente Jair Bolsonaro por corrupção passiva privilegiada, obstrução de Justiça e advocacia administrativa por tentar interferir na autonomia da Polícia Federal.


À noite, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu que não tentou interferir na Polícia Federal, como acusou Moro.


"Nunca interferi na PF, mas, coincidência, só depois da saída do Sergio Moro que a PF começou a andar pra frente. Eu nunca interferi, sempre liberdade total", afirmou.

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