Luís Freitas, FOLHAPRESS
Um homem de 73 anos morreu na manhã desta quinta-feira (18) após ser atropelado durante um ato realizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Valinhos (a 95 km de São Paulo).
Luiz Ferreira da Costa era morador do acampamento Marielle Vive, às margens da estrada do Jequitibá, que liga Valinhos a Itatiba.
Por volta das 8h, ele participava de um protesto na rodovia, junto com outros moradores do acampamento, para cobrar a ligação de água e o acesso a serviços de educação e saúde para a comunidade.
O grupo, de cerca de 400 pessoas segundo o MST, distribuía panfletos na rodovia, que é de pista simples -uma das faixas estava fechada e o fluxo de veículos foi desviado para a outra faixa. Segundo a coordenação estadual do MST, cerca de mil famílias vivem no local desde abril de 2018.
O advogado da ocupação, Alfredo Bonardo, disse que Costa foi atingido pelo motorista de uma picape Mitsubishi L200, que desrespeitou o bloqueio da pista e avançou sobre o grupo de manifestantes. O homem foi socorrido pelos bombeiros e morreu a caminho da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade.
Segundo Bonardo, um grupo de moradores perseguiu o motorista da caminhonete e conseguiu alcançá-lo, mas ele mostrou que estava armado e fugiu.
O advogado também disse que não havia autoridades policiais acompanhando a manifestação. Foram os próprios acampados que organizaram o fechamento da pista.
Além de Costa, um jornalista também foi atingido. Ele foi contratado pelo MST para fazer imagens da manifestação, teve ferimentos leves e foi levado à UPA, onde passa por avaliação médica e não corre risco.
Após o acidente, os manifestantes fecharam a pista para a realização de uma missa. A Polícia Militar e a Guarda Municipal acompanharam o novo ato. Por volta das 11h15, o tráfego foi totalmente liberado. O caso será investigado pela Delegacia de Valinhos.
Em nota, o MST condenou a violência do motorista. “Exigimos a punição imediata a este assassino, que age sob o clima de terror contra os movimentos populares”, informou.