23 de Novembro de 2024
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Minhas experiências de vida na linha do tempo

Postado em: 02/02/2019

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Por Vanderlei Testa

Numa feliz coincidência, hoje dia 2 de fevereiro, quando publico mais um artigo vem à lembrança o mesmo dia e mês do ano 2014. Era também um sábado. Às sete horas fui como convidado do Fernando Camargo Mathiazzi falar com o professor de educação física Reginaldo Batista no Parque das Águas.

Já se passaram cinco anos. Todo desajeitado e com um bermudão e tênis de solado inapropriado, acertei para iniciar um treino de caminhada em volta de um lago com cerca de 400 metros de percurso. Cheguei depois de paradas pelo caminho, com falta de ar e pensando que aquele negócio de exercitar o corpo não era bem a minha praia.

Animado pelo professor em uma conversa que ele destacou as vantagens à saúde na prática de exercícios, arrisquei continuar mais um pouco nesta inesquecível manhã que mudou minha qualidade de vida. Já citei em alguns artigos e crônicas algumas histórias de mais de 100 corridas pedestres que participei nestes cinco anos. Estou contando aqui para motivar, você leitor, a rever a sua meta de futuro.

Vou para a década do final dos anos 50. O Ginásio de Esportes “Gualberto Moreira” no bairro Além Ponte, o ponto de encontro da criançada na prática do basquete. Márcio Bórnea está sempre me relembrando do nosso grupo de adolescentes do basquetebol como o Armando Coló e Tabajara Dias. No Curso Ferroviário havia o professor de educação física José Ribeiro, pai da jogadora “Russa” da seleção sorocabana, que exigia dos alunos uma intensa participação nas aulas realizadas no campo de futebol e quadra da Estrada de Ferro Sorocabana.

Recordo que o Adilson Ribeiro, chamado de “Chinho” até hoje, organizava times bons de bola. Carlos Cesar Banietti, Roberto Ernesto da Silva, João Batista Ribeiro, Benedito Elson, Luiz Antonio Domingues, Carlão, o “Botinhão”, Aranha, Flávio Moraes e outros colegas de classe eram os craques da escola. De vez em quando eu conseguia uma vaga de goleiro no time. Essa era a minha participação com muitos “frangos” dentro das duas traves.

Na Faculdade de Administração de Empresas havia os atletas de futebol nas disputas dos jogos universitários. Gostava de participar dos campeonatos de Damas. Exigia mais da cabeça em pensar do que o desempenho físico. E assim foi durante décadas, até aquele citado dois de fevereiro de 2014 com as minhas pernas endurecidas que mal conseguiam andar.

Nesta semana relembrei com o Fernando Camargo sobre o meu início nas corridas. Na conversa entrou minha filha Camila, o Sergio Carriel e meu xará e sobrinho Ricardo Vanderlei Testa que aderiram as provas de rua pelo meu exemplo e teimosia em já ter completado mais de mil quilômetros.

A conversa girou em participarmos mais uma vez da Meia Maratona de Floripa no próximo mês de junho. Em 2018 estive nessa prova dos 21 km. Acordei com labirintite e mal conseguia ficar em pé. A corrida começaria às seis horas e já eram cinco horas da matina. Com muito esforço e ajuda do Wilson Justo e Fernando que estavam comigo no hotel, fui até o local da largada para assistir. Não imaginava que conseguiria realizar nem cem metros correndo com a cabeça girando.

No tiro de largada lá iam o Wilson, a Márcia e o Fernando, de Sorocaba. Respirei fundo e depois de ficar em pé, pensei: dou a largada e caminho um pouco e volto, pois assim não me sentiria tão culpado em estar fora da tão sonhada meia maratona. Resolvi correr. Olhos fixos na frente e pensando “Jesus me ajude a seguir adiante, eu confio em vós”. Acabei correndo lentamente até que, nas duas horas seguintes eu estava completando os 21 quilômetros e festejando, apesar de dores e câimbras e dos sintomas do labirinto.

E aqui deixo registrada a minha admiração ao atleta Donizetti Almeida, que é o meu exemplo. Donizetti treinou e correu comigo nestes cinco anos. Doni, mesmo com um acidente e uma perna quebrada trazendo sequelas à sua vida de atleta, não se abalou e mantém há anos, treinos diários correndo com os seus 62 anos de idade. E como me disse a sua filha Tati Solci, atleta vitoriosa por sua influência: “todo pai deveria lembrar que um dia seu filho seguirá o seu exemplo, ao invés de seu conselho”.

 

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Vanderlei Testa é jornalista e publicitário
vanderleitesta.ipa@gmail.com

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