Só no Brasil, são cerca de 100 diagnósticos para cada 100 mil habitantes
Maio é o mês instituído para conscientização, luta e solidariedade em relação às doenças inflamatórias intestinais, caracterizadas por sintomas como diarreia crônica, urgência para evacuar, cólica abdominal, fadiga e perda de peso. Os distúrbios do trato gastrointestinal representam um desafio global de saúde e afetam mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a incidência dessas condições é significativa, com aproximadamente 100 diagnósticos confirmados para cada 100 mil habitantes, de acordo com dados da Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB).
Mas, afinal, o que na verdade são as doenças inflamatórias intestinais? Elas englobam condições crônicas que provocam inflamação no trato gastrointestinal, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. "Os principais tipos são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa", esclarece Dr. Thiago Cornelio, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES). Enquanto a Doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus, a Retocolite Ulcerativa é caracterizada pela inflamação limitada ao cólon e ao reto.
Desenvolvimento e tratamento
Os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento das doenças inflamatórias intestinais incluem uma combinação de predisposição genética, disfunções no sistema imunológico, alterações na microbiota intestinal e fatores ambientais como dieta, estresse e tabagismo. "Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que esses fatores interagem de maneira complexa, levando à inflamação crônica no trato gastrointestinal", afirma o médico.
Ainda segundo ele, o diagnóstico dessas condições é complexo e requer uma avaliação detalhada do histórico médico, exames físicos e diversos exames complementares. "Os principais desafios no diagnóstico incluem a similaridade dos sintomas com outras doenças gastrointestinais, o que pode levar a atrasos no diagnóstico correto", diz Dr. Thiago Cornelio.
O tratamento das condições é focado principalmente na redução da inflamação, alívio dos sintomas e prevenção de complicações. Ele inclui uma variedade de medicamentos, terapias nutricionais e, em casos graves, intervenções cirúrgicas para remover áreas afetadas do intestino.
Existe prevenção?
Dr. Thiago afirma que, atualmente, não existe uma estratégia comprovada para prevenir as doenças inflamatórias intestinais, já que as causas são uma combinação de vários fatores diferentes. No entanto, modificações na dieta e no estilo de vida desempenham um papel crucial no manejo dessas condições. Evitar alimentos que desencadeiam sintomas, manter uma nutrição adequada, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem contribuir significativamente para o controle dos sintomas. "Além disso, exercícios físicos regulares e técnicas de gerenciamento de estresse podem melhorar a qualidade de vida e potencialmente influenciar o curso da doença", finaliza o médico.