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Fora da agenda, Bolsonaro vai a aniversário de menina que teve coração transplantado

Postado em: 01/11/2019

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FOLHA PRESS

Em meio a uma semana turbulenta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) visitou na manhã desta sexta-feira (1º) a menina Alicia Alves Silva, 10, em Ceilândia, que passou por um transplante de coração há sete anos.

Alícia mora há cerca de 35 km do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República e endereço de onde Bolsonaro saiu nesta manhã. O presidente foi convidado para o aniversário de Alicia, com quem já havia se encontrado em 18 de outubro, em cerimônia realizada na base aérea de Brasília em comemoração ao Dia do Aviador.

"É uma criança que teve o direito, a oportunidade, de uma segunda vida. Ela ganhou um coração há poucos anos assim como eu tive um direito à segunda vida. O seu coração foi transportado nas asas da FAB", disse ao chegar ao local, que teve a segurança reforçada.

O compromisso não constava na agenda do presidente -divulgada na noite de quinta (31) como "sem compromissos oficiais"- sob a justificativa de que se tratava de uma "agenda privada". 

Bolsonaro chegou ao local, em região da periferia de Brasília, acompanhado de um grupo de assessores, seguranças e fotógrafos, que registraram a visita.

Em sua conta pessoal do Facebook foi feita uma transmissão ao vivo do presidente sendo abraçado por apoiadores, que gritavam frases como "mito", "tamo junto, presidente" e "Vamos acabar com a rede Globo".

Antes de ir ao local, Bolsonaro fez uma outra live pelas redes em que ele aparece cortando o cabelo e anuncia que participará do aniversário da menina. 

"Estou dando uma caprichada aqui no barbeiro, nada contra os cabeleireiros, mas tudo bem. Daqui a pouco, depois de uma viagem muito longa ai fora do Brasil, vou dar uma chegadinha em Ceilândia, nada a ver com a primeira-dama, que é de lá. É que eu conheci por conta do dia do aviador uma menina que está fazendo hoje 10 anos de idade", disse.

Após o aniversário de Alicia, Bolsonaro foi direto ao Palácio do Planalto, mas sua agenda de compromissos só foi divulgada às 15h. 

Depois de passar dez dias fora, em viagens para países da Ásia e do Oriente Médio, Bolsonaro chegou em Brasília na manhã de quinta em meio à repercussão de ter seu nome citado nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). 

Reportagem do Jornal Nacional de terça-feira (29) apontou que um porteiro (cujo nome não foi revelado) deu depoimento dizendo que, no dia do assassinato de Marielle, em 14 de março de 2018, Élcio Queiroz -ex-policial militar envolvido no crime- afirmou na portaria do condomínio que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal.

Pelo depoimento do porteiro apresentado pela emissora, ao interfonar para a casa de Bolsonaro, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada. O suspeito, no entanto, teria ido a outra casa dentro do condomínio.

O funcionário relatou ter interfonado uma segunda vez para a casa de Bolsonaro, tendo sido atendido pela mesma pessoa, que afirmou saber que a casa 66 era o real destino do visitante. A planilha manuscrita de controle de entrada de visitantes, apreendida no dia 5 de outubro, registra a entrada de Élcio para a casa 58, do presidente.

Na quarta, a promotora Simone Sibilio afirmou que a investigação teve acesso à planilha da portaria do condomínio e às gravações do interfone e que ficou comprovado que a informação dada pelo porteiro não procede.

Segundo a Promotoria, há registro de interfone para a casa 65 (enquanto a casa de Bolsonaro é a de número 58), e a entrada de Élcio foi autorizada pelo morador do imóvel, Ronnie Lessa.

A perícia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas gravações da portaria do condomínio do presidente Jair Bolsonaro não avaliou a possibilidade de algum arquivo ter sido apagado ou renomeado antes de ser entregue às autoridades, aponta documento apresentado à Justiça.

Pesou contra a imagem do presidente declaração feita por um de seus filhos, o líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), sobre a possibilidade de edição de novo AI-5 como resposta para eventual radicalização de protestos no país. 

A fala de Eduardo, de invocar um dos instrumentos de maior repressão durante a ditadura, gerou forte reação de lideranças políticas, que cobram punição do parlamentar.

Na quinta, Bolsonaro desautorizou declaração do seu filho e afirmou que qualquer um que fale em AI-5 neste momento no país "está sonhando" e pediu que o posicionamento seja cobrado não dele, mas do deputado.

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