A vereadora Iara Bernardi (PT) protocolou, na tarde desta quarta-feira (23), representação para instauração de inquérito criminal na Delegacia de Polícia Civil, contra um ataque injurioso cometido por um médico do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Iara Bernardi foi recebida pela delegada Drª. Fernanda Ueda.
O profissional xingou a parlamentar sorocabana de “vaca” em um grupo de Whatsapp, do qual participam dezenas de funcionários do CHS, por discordar de sua atuação contra a implantação das escolas cívico-militares em Sorocaba.
“Por falar em estupidez... a vaca... não pode ter outro adjetivo para Iara Bernardes [sic] e o psol, conseguiram via judicial barrar a escola cívico militar, detalhe 80% dos pais apoiam o projeto!!! Se isso tem cabimento, nada mais podemos esperar”, escreveu o médico no grupo chamado “Família CHS – sem exceção”, despertando a indignação de diversos membros. Em outra mensagem, o médico voltou a reafirmar a ofensa.
“Destaca-se que as ofensas são praticadas com o uso de termos popularmente machistas, objetivando atingir sobretudo a condição de mulher da denunciante”, defende Iara em sua representação, que cita que injúria é crime, previsto no artigo 140 do Código Penal Brasileiro.
“A injúria que ora foi feita, é um claro caso de violência psicológica feita por homens que se julgam superiores e intocáveis pela lei”, escreveu Iara em suas redes sociais. “O mencionado médico resolveu desqualificar-me como pessoa humana, em ato injurioso, movido pela cultura do machismo e da discriminação. A sociedade não pode mais tolerar esse tipo de comportamento, que não pode ser normalizado”, afirmou ela.
Para demonstrar apoio à parlamentar petista e repúdio à atitude do médico, um “Manifesto de Repúdio” foi publicado pelo Instituto Plenu – Plena Cidadania, e subscrito por 35 entidades e coletivos de todo o Estado de São Paulo.
“Exigimos das autoridades competentes uma ação efetiva, no sentido de coibir deplorável comportamento, para que não se naturalize como um ato qualquer. Por último, conclamamos a todas as pessoas que se indignam com atos que atentam contra a pessoa humana, pelo simples fato de pensar diferente, a reprovar tal comportamento”, defendem as entidades e coletivos.