A Operação Conexão, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Sorocaba, resultou em denúncia contra 19 pessoas que ocupavam cargos de importância para a facção criminosa conhecida como PCC. Os envolvidos obedeciam a ordens da cúpula da organização, transmitindo-as às células espalhadas por diversos Estados do país.
Durante meses de investigação, foram utilizadas técnicas que permitiram identificar as principais lideranças atuantes nos Estados de São Paulo (Sorocaba e capital), Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Alagoas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo e Amapá. Um dos principais líderes que teve prisão preventiva decretada tinha por função a “sintonia dos integrados da pura da Região Oeste”, mantendo contato direto entre a cúpula do PCC e os demais lideres comandantes de células da facção nos Estados. Tais células se dedicam a prática de crimes graves, em especial ao tráfico de drogas e execuções determinadas pelo “Tribunal do Crime”.
Também teve a prisão decretada um integrante da organização que exercia a função de “apoio do resumo da pura do Brasil”. Ou seja, ele era encarregado do gerenciamento do tráfico de cocaína em todo o território nacional, movimentando grandes somas em dinheiro e acumulando as funções de contador da organização criminosa. O homem agia mesmo estando em um presídio no Estado do Mato Grosso do Sul.
Os envolvidos se mantinham em contato por meio de conferências, em um verdadeiro esquema com ares empresariais. Decisões sobre os negócios ilícitos eram discutidas e transmitidas pelo Tribunal do Crime para serem repassadas aos membros hierarquicamente inferiores.
No Estado de São Paulo identificou-se integrante que ocupava a função de gerenciador do tráfico de drogas em grandes cidades e na capital. Partiam dele, por exemplo, as determinações para instalação em pontos estratégicos de venda de drogas, em especial nas cidades de São Paulo e Guarulhos, com a fixação de barras de ferro visando a impedir o acesso de viaturas policiais.
A pedido do MPSP, foram determinadas 19 prisões preventivas, que estão em fase de cumprimento. Elas serão acompanhadas pelo Gaeco e Policia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo dada a extensão da atuação desta organização criminosa.