A decisão sobre quem será o próximo governador do Estado de São Paulo vai acontecer em votação em 2º turno, conforme a decisão do eleitor paulista, de domingo, onde Dória obteve 31,77% dos votos e Márcio França 21,53%.
A colega de bancada da rádio Ipanema (FM 91,1Mhz), jornalista Cida Muniz, na noite de domingo, me parabenizou por ter captado que Márcio França demonstrava potencial para estar no 2º turno da eleição, como aconteceu, ultrapassando Paulo Sak que ficou com 21,09% dos votos, sendo que ele dividia a ida com Dória ao 2º turno em todas as pesquisas.
Não se tratou de chute, ou aposta, mas de leitura das pesquisas eleitorais onde Skaf e Dória dividiam o protagonismo pesquisa a pesquisa sempre patinando no mesmo patamar de 21 a 25% das intenções de voto, enquanto Márcio França obtinha vertiginoso crescimento desde a primeira pesquisa, onde apareceu com 4% até chegar com 18% dois dias antes da eleição.
O que explica
O governador Márcio França concorre à reeleição, uma vez que ele foi eleito vice na eleição passada na chapa de Geraldo Alckmin, que renunciou para concorrer à presidência da república.
Seu maior desafio foi o de ficar conhecido em todo o Estado, uma vez que em seu reduto, na Baixada Santista, foi eleito e reeleito sempre com uma aprovação perto dos 80%. E termina o 1º turno sem que muitos paulistas ainda nem tenham ouvido falar em seu nome.
Dória e Skaf, ao contrário, são conhecidos. Portanto, o que explica o crescimento de França é o fato dele dia a dia ficar sendo conhecido e o eleitor gostar do que conhece, sendo que sua participação no horário da propaganda e nos debates mais agradou do que desagradou.
Como será no 2º turno
Assim como ocorreu no 1º, essa nova etapa da campanha eleitoral será um campo de trocas de farpas. Dória crer que o eleitor acredite que França é um candidato de esquerda. E França, ao contrário de tentar convencer o eleitor, vai mostrar que Dória abandonou o cargo de prefeito que jurou que não iria, que não cumpre as promessas e que trai aos amigos (Dória abandonou Alckmin antes mesmo do início da eleição) o que faz com que dentro do PSDB a candidatura de Dória seja motivo de contestação.
Em Sorocaba, a vantagem de Dória está na tradição de mais de 25 anos de governos seguidos do PSDB e DEM, além do fato de 4 dos 6 deputados eleitos na cidade serem de partidos aliados a Dória, em especial Vitor Lippi e Maria Lúcia Amary que conquistaram a reeleição.
A vantagem de França em Sorocaba está nos dois deputados que aqui conquistaram a reeleição (Carlos Cézar e Jefferson Campos), na coordenação regional da campanha de Renato Amary do PPS, na expressiva votação da vice-prefeita Jaqueline Coutinho (30 mil votos) do PTB, embora tenha sido insuficiente para sua eleição e nos votos daqueles que votaram em candidatos que não se alinham com o tom liberal das mensagens de Dória e o PSDB que ele defende.
Bolsonaros desconfiam de Dória
Em Sorocaba, Dória terá de enfrentar ainda a desconfiança dos bolsonaristas sorocabanos que está expressa nesta postagem de Davi Vieira, do grupo Direita Sorocabana, que em passado recente tinha a alcunha de Davi Bolsonarinho. Ele chama Dória de oportunista. Leia sua postagem: Bolsodoria – 1) Gostaria muito que o candidato do Bolsonaro ao governo de SP, Rodrigo Tavares do PRTB, tivesse chegado ao segundo turno, mas faltou articulação e união para tal; 2) Doria tem discurso antipetista raso e só. Faltam a ele inúmeros atributos para ser um candidato confiável, além de ser PSDB; 3) Márcio França disse ontem: “Bolsonaro não terá meu apoio nem meu voto”. E hoje reforçou que não apoiará ninguém; 4) Mesmo que oportunista, o apoio de Doria pode trazer alguns votos em São Paulo – e tudo que vier é lucro agora. Assim sendo, é o que temos para o momento.
Haverá debate
Ao contrário da animosidade da eleição presidencial, a eleição para governador terá a civilidade do debate de idéias e propostas, o que é esperado de quem deseja governador o estado mais rico do Brasil, onde cada um terá a chance de dizer o que pretende fazer para o funcionalismo público, por exemplo.
Veja os números apenas de Sorocaba
João Dória obteve 38,38% (120.307 votos); Paulo Skaf ficou com 20,09% (62.983 votos); Márcio França cravou 15,29% (47.924 votos). Na sequência vieram Luiz Marinho com 9,93% (31.140 votos); Major Costa e Silva com 5,08% (15.936 votos); Rodrigo Tavares com 4,06% (12.712 votos); Professora Lisete com 3,50% (10.959 votos); Rogério Chequer com 3,47% (10.870 votos); Professor Cláudio Fernando com 0,13% (423 votos); Toninho Ferreira com 0,06% (199 votos); Lilian Miranda obteve 0,00% (0 votos); Marcelo Cândido com 0,00% (0 votos); Brancos (24.910 votos) e Nulos (59.441votos).