Carolina Linhares, da Folhapress
O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) morreu neste domingo (1º), aos 81 anos. Ele estava internado desde 19 de agosto, no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista.
Goldman foi governador de abril a dezembro de 2010, quando assumiu o posto de José Serra (PSDB), de quem era vice-governador. Serra deixou o cargo para concorrer à Presidência da República naquele ano.
Também na gestão de Serra, Goldman foi secretário estadual de Desenvolvimento, função que acumulou com a de vice-governador.
Tucano da ala histórica do PSDB, Goldman tornou-se crítico do ex-prefeito de São Paulo e atual governador João Doria (PSDB), considerado hoje o principal líder nacional do partido.
Por conta das contestações públicas a Doria, o PSDB paulistano, comandado por um aliado de Doria, chegou a expulsá-lo sumariamente em outubro do ano passado. A direção nacional tucana, no entanto, orientou que ele desconsiderasse a expulsão por não ter valor jurídico.
“Não tem nenhum panaca nesse partido que tenha condição moral de pedir a minha expulsão”, afirmou Goldman à época.
Em um vídeo gravado por Doria em outubro de 2017, Goldman foi chamado de improdutivo e fracassado que “agora vive de pijamas em sua casa”.
Na disputa pelo governo paulista em 2018, Goldman se aproximou de Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno.
Goldman foi ministro dos Transportes de 1992 a 1993, no governo Itamar Franco (MDB). Também ocupou duas secretarias estaduais no governo de Orestes Quércia (MDB) em São Paulo.
Começou a carreira política como deputado estadual por duas legislaturas (1971-1979), tendo sido eleito pelo MDB. Também foi deputado federal por seis legislaturas, sendo a primeira de 1979 a 1983 e a última de 2003 a 2007.
Formado em engenharia civil pela Universidade de São Paulo, Goldman iniciou a militância política no Partido Comunista Brasileiro. Seus pais eram comunistas marxistas, nascidos na Polônia. A família é judia.
Em 1996, Goldman entrou para o PSDB, partido que presidiu interinamente por um mês em 2017.
Em julho deste ano, ele já havia sido internado após uma queda de pressão arterial. Na ocasião, Doria autorizou que a Polícia Militar usasse um de seus helicópteros Águia para transportar Goldman de São José dos Campos a São Paulo.