Atualizada às 21h45
A Associação dos Arquitetos e Engenheiros de Sorocaba (AEAS), Associação Comercial, Ciesp Sorocaba e o Sincomerciários deixaram de fazer parte do Comitê de Estudos da Retomada Gradual da Atividade Econômica, regido pela Prefeitura Municipal. De acordo com o manifesto das entidades, o que é "tratado nas reuniões semanais" é diferente dos comunicados oficiais da administração.
As entidades entregaram um manifesto à prefeita Jaqueline Coutinho (PSL), ressaltando que diversas propostas enviadas não foram analisadas, que a estrutura do Comitê perdeu o seu objetivo ao longo da pandemia e que não recebem as informações, bem como as estratégias previstas, para que possam repassar aos seus associados. Além disso, não são incluídas em processos decisórios de relevância do enfrentamento da Covid-19.
O documento é assinado pelo presidente da Associação Comercial, Sérgio Reze, pelo diretor-titular da Ciesp, Erly Sillos, pelo presidente do Sincomerciários, Milton Matias da Costa, e pelo presidente da Associação dos Engenheiros de Sorocaba, José Carlos Carneiro.
Conforme o documento entregue, "as pautas não estão sendo definidas com os objetivos da Prefeitura manifestados pela Presidência do Comitê. Não somos meros espectadores nem temos propensão para papéis figurativos. Não é nossa função cumprir ritual de formalização de presença e mera aprovação de atas ou muito menos sermos usados pura e simplesmente como meio de manobra de interesses políticos como se tem sido observado com a presença de membros do legislativo. Estes não fazem parte do grupo ou poder de decisão".
O documento ainda diz: "Não há que se falar em pandemia sem considerar os reflexos à economia da cidade e seu setor produtivo. As entidades entendem pela necessidade de uma atuação conjunta com o Comitê Gestor da Crise, uma vez que e essa integração jamais ocorreu, não tendo as entidades recebido informação alguma acerca das decisões ou linhas de análise com vistas a definições futuras, evidenciando-se a falta de planejamento e liderança ao se traçar uma estratégia definitiva no enfrentamento dessa crise".
A nota termina ressantando que, juntas, "as entidades representam mais de 15 mil empresas, que geram cerca de 50 mil empregos diretos e correspondem a 15% do PIB de Sorocaba".
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Prefeitura de Sorocaba diz receber "com respeito" o manifesto de insatisfação das entidades que participavam do Comitê de retomada econômica, "entendendo a frustração de seus pares".
Cabe, porém, segundo a nota, "esclarecer que, assim como os representantes, o Poder Público quando instituiu o comitê esperava ter mais autonomia para decidir os rumos da retomada econômica local; fato que não ocorreu com o Plano São Paulo, lançado pelo governo Dória".
Conforme a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Sorocaba, "é preciso esclarecer que, em que pese a representação das entidades, e seu legítimo questionamento acerca de informações estratégicas, dentro de uma gestão pública, muitas são as questões que não podem ultrapassar os limites do Poder Público, da responsabilidade pública, sob pena de se incorrer em eventuais favorecimentos. Esta gestão tem prezado pela legalidade e justiça e o rompimento com esses valores, mediante a divulgação de informações privilegiadas, significaria colocar a Prefeitura de Sorocaba num processo de infração de um dos pilares constitucionais que rege o poder público, a impessoalidade. Todas as decisões tomadas pela administração pública sempre aconteceram com ciência das discussões promovidas pelo comitê, razão de sua criação. Entretanto, sua atuação nunca implicou em acatamento irrestrito das sugestões apresentadas".
A nota prossegue, afirmando que a Prefeitura "discorda veementemente da acusação de uso político do comitê, pois em nenhum momento os trabalhos do grupo foram lastro para suas decisões, sendo tratados de forma discreta e documentadas em um processo público. Atestando nossa disposição e vontade em fazer o melhor por Sorocaba e por seus cidadãos, também expandiu-se o ingresso no comitê de professores universitários de Sorocaba e de ONGs que estão focados em estudar e propor mecanismos que permitam à gestão municipal adotar medidas para fomentar, estimular e potencializar a economia local durante o processo de retomada das atividades econômicas".