Por Vanderlei Testa
Há um livro escrito pela Rachel Naomi Remen: ‘As bênçãos do meu avô’. Como diz a capa, são histórias de relacionamento, força e beleza. É um dos meus preferidos. A autora é médica e aconselha a mais de 20 anos as pacientes vítimas de doenças crônicas. Conforme a breve descrição de sua vida na obra da editora Sextante, Rachel é co-fundadora e diretora médica da “Commonweal Cancer Help Program”, em Bolinas, Califórnia. É professora de medicina familiar e comunitária na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco.
Fui buscar inspiração nas releituras que faço constantemente da Raquel. Ela diz: “nós não nos damos conta de quantas vezes abençoamos a vida ao nosso redor”. Muitas das nossas atitudes simples e comuns podem afetar profundamente os que nos rodeiam.
Entro aqui com o meu relato paralelo neste artigo seguindo o mesmo pensamento da Rachel. Somos uma equipe de pessoas na convivência familiar, trabalho e comunidade. Cada um dos membros tem a sua história desde que nasceu.
Em homenagem ao Dia da Criança e a todas aquelas que se encontram enfermas, deixamos em nome da amiguinha Aline filha da Luciana e Adriano Correia. Eles têm a graça da convivência com os cinco filhos menores.
A filha Aline com 11 anos é uma menina esperta, inteligente e amorosa. Aline gosta de estudar e sempre ligada aos pais, criou uma relação de aprendizado da vida com eles, apesar de sua pouca idade. As bênçãos recebidas desde que nasceu a acompanha agora em um leito no GPACI, em Sorocaba.
Durante 24 horas por dia, em um revezamento contínuo Adriano e Luciana estão ao lado da filha diagnosticada com Lúpus e consequências da enfermidade. O espírito de generosidade dos amigos e familiares se faz presente em bênçãos, preces e apoio. Numa de suas postagens aos amigos que acompanham o tratamento, Adriano desabafou : “minha filha Aline, temos que seguir sempre. Não importa se é sorrindo ou chorando. Com você, aprendia como dar esses passos. Estou seguindo junto com você. Sempre!” E nós do lado de cá, respondemos: “Aline, estamos com você!
O atendimento da equipe de enfermagem, médicos e da administração, são dignos de elogios e reconhecimento público. Cada criança atendida nesse hospital é tratada com muito amor. Um amor que não significa apenas uma palavra, mas a realidade de calor humano pleno. Exala nos corredores do Gpaci o perfume das bênçãos divinas.
Na pequena capela que conheci com o presidente Carlinhos Camargo Costa, a presença do Santíssimo acolhe os pais que oram por seus filhos em suas curas. Sinto até no afeto dos pais aos seus filhos que no espaço aéreo superior do edifício do Gpaci há muitos anjos com bênçãos sendo derramadas nos corações daquelas inocentes meninas e meninos.
A Aline é uma delas. Através da sua enfermidade conheci também a Associação Brasileira Superando o Lúpus, Doenças Reumáticas e Raras. Sem fins lucrativos, a entidade foi criada totalmente em prol de orientar à população. Dia 12 de outubro, além do Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida, é comemorada o Dia Mundial de Conscientização de Artrite e Reumatoide.
As ações realizadas da associação manifestam-se a cada dia em campanhas de conscientização, como a divulgação em linhas de Metrô, em São Paulo, capital, nos horários e locais citados no site www.lupus.org.br.
O Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil-GPACI, em Sorocaba, foi fundado em 25 de junho de 1983. Nesta semana, o Gpaci está promovendo o Projeto “Espalhe Sorrisos, um jeito humano de pensar”.
O programa começou dia na última terça-feira, 08 de outubro, e nasceu da necessidade de valorizar o sorriso das pessoas atendidas no hospital e daqueles que cuidam das crianças. É fácil de participar. Basta apenas você acessar o whatsap 15 99765-3990. Se Sorrir é contagioso, então sorria às crianças do Gpaci conhecendo as obras do hospital e deixando as suas bênçãos a elas: www.gpaci.org.br.
Encerro, com a frase da Rachel Naomi em seu capítulo final do livro contando a história de um amigo, o padre Patrick que disse: “Vou lhe dizer uma coisa, Rachel. Com o passar dos anos, aprendi que, quando rezo para conseguir ser útil a alguém, às vezes Deus diz “sim” e às vezes Ele diz “não”, mas muitas vezes Ele diz: Afaste-se Patrick. Pode deixar que Eu mesmo resolvo”.
Então, Aline e crianças, vocês estão em ótimas mãos com todos que as amam e com Deus que resolverá o melhor para todas.
Feliz Dia das Crianças!
Vanderlei Testa é jornalista e publicitário e escreve aos sábados no www.facebook.com/artigosdovanderleitesta e no www.jornalipanema.com.br/opiniões