O advogado de defesa das atletas e irmãs Ericka Wanessa Almeida e Ellen Almeida, Luiz Antonio Barbosa, relata, em representação de pedido de abertura de inquérito policial para investigar o professor de artes marciais Herman Gutierrez, que um diário de uma das garotas possui conteúdo revelando “agressões violentíssimas e ameaças dirigidas diretamente a ela e também aos seus familiares”.
Em entrevista ao Fantástico, Ericka afirmou ter sido vítima de violência durante 10 anos. Já Ellen durante seis anos. Ambas mantiveram um relacionamento amoroso com o acusado sem ter conhecimento uma da outra.
O treinador, por meio de nota de sua assessoria, nega todas as acusações.
O documento da representação foi obtido pelo Ipa Online. Na Justiça, Barbosa conseguiu medida protetiva às jovens. No diário de Ellen, segundo Barbosa, constam diversas datas com relatos detalhados de como as supostas agressões de Gutierrez ocorriam. Em um dos desabafos, escrito no dia 17 de agosto de 2015, a jovem descreve uma das agressões sofridas por Ericka e por ela mesma, ao tentar defendê-la. “A agressão foi motivada unicamente por sua irmã ter saído do quarto para se alimentar sem a permissão do acusado”, diz o texto.
Barbosa pede que Gutierrez seja investigado por lesão corporal, cárcere privado, tentativa de homicídio e homofobia. Outro trecho da representação narra que “as irmãs foram obrigadas a passar mais de dois meses confinadas em um quarto, na cidade do Rio de Janeiro, só saindo para treinar na companhia de Gutierrez”.
O advogado sustenta que Ellen foi vítima de violência psicológica, física, mantida em situação de cárcere privado, e tinha sua alimentação controlada, sob o risco de novas agressões. Além disso, a mando do professor, “era obrigada de forma ridícula e ilegal a manter-se afastadas pessoas homossexuais do seu convívio pessoal e profissional”.
Quando ainda treinava na academia, Ellen contou que foi vítima de homofobia. O professor enfático em dizer que a vítima tinha que ficar atenta, porque na academia havia alunas que eram ‘sapatão’, e que era “a mesma coisa como ter homem na aula”.
Um áudio com a suposta voz de Gutierrez mostra a homofobia que teria sido cometida por ele. Ouça:
No que tange à homofobia, o atleta afirma que a denunciante não apresentou a conversa na íntegra e que ambos conversavam a respeito da facilidade que as mulheres homossexuais possuem no requisito “sedução”.
Em outra ocasião, com o rosto machucado, Ericka gravou um video para acusar Herman da agressão. Assista: