23 de Abril de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

Um em cada três que tiveram Covid-19 recebeu diagnóstico de doença mental ou neurológica depois

Foto: Código19/Folhapress
Postado em: 06/04/2021

Compartilhe esta notícia:

Folhapress

 

Uma em cada três pessoas que tiveram Covid-19 recebeu um diagnóstico de doença mental ou neurológica em um período de seis meses após a infecção, aponta o maior estudo do tipo já feito, publicado nesta terça (6) na revista científica inglesa The Lancet Psychiatry.

Desde o início da pandemia de Covid-19 já havia a preocupação quanto a um risco maior de doenças neurológicas, por causa dos relatos iniciais dos sobreviventes. Um estudo observacional apontou um risco maior de transtornos de humor e ansiedade nos primeiros três meses após a infecção pelo coronavírus, mas ainda não havia um trabalho de larga escala olhando para um período maior de tempo.

Os autores analisaram os dados de 236.379 pacientes, a maioria dos EUA. O estudo incluiu pacientes maiores de dez anos de idade que foram infectados com o coronavírus depois de 20 de janeiro de 2020 e estavam vivos em 13 de dezembro de 2020. O grupo foi comparado com outro de 105 mil pacientes que tiveram gripe e um de 236 mil pessoas que tiveram qualquer doença de trato respiratório (incluindo gripe).

Segundo eles, ansiedade (17%), transtornos de humor (14%), abuso de substâncias (7%) e insônia (5) foram os diagnósticos mais comuns que os sobreviventes da Covid-19 receberam.

Doenças neurológicas foram mais raras mas não incomuns entre afetados gravemente pelo coronavírus. Elas incluem hemorragia cerebral (0,6%), AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico (2,1%) e demência (0,7%).

Essas doenças foram mais comuns em pacientes com Covid-19 do que entre os que tiveram gripe ou outras doenças do trato respiratório no mesmo período analisado, o que sugere um impacto específico do coronavírus.

Os riscos também foram maiores em pacientes que tiveram um quadro grave de Covid -mas não se limitaram a eles.

 

Doenças neurológicas ou psiquiátricas foram diagnosticadas, em geral, em 34% dos sobreviventes, mas em 38% dos que receberam atendimento hospitalar, em 46% daqueles que ficaram internados em UTI e em 62% dos que tiveram "delirium" (encefalopatia) durante o período da infecção.

Segundo Max Taquet, pesquisador da Universidade de Oxford e coautor do estudo, agora é preciso ver o que acontece com os pacientes depois de seis meses. O estudo, diz ele, não revela os mecanismos envolvidos no aumento dos riscos, mas aponta a necessidade urgente de identificá-los para que seja possível preveni-los ou tratá-los.

"Apesar de o risco dessas doenças ser pequeno do ponto de vista individual, os efeitos na população como um todo são consideráveis para os sistemas de saúde e de assistência social, por causa da escala da pandemia e levando em conta que muitas dessas enfermidades são crônicas", disse em um comunicado Paul Harrison, autor principal do estudo e professor da Universidade de Oxford.

 

O estudo tem limitações, de acordo com os autores, como o fato de que muitas pessoas com Covid-19 têm sintomas leves ou são assintomáticas e não procuram um serviço de saúde; a população estudada, portanto, tem mais chance de ter sido afetada mais gravemente pela Covid do que a população geral.

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Prefeitura implantará dispositivo para travessia segura de pessoas com mobilidade reduzida

Unisa expulsa alunos por atos obscenos durante jogo de volei feminino

Guedes diz que ritmo acelerado de criação de emprego não é sustentável

Prefeitura de Sorocaba divulga local, data e horários das provas práticas do Concurso Público

Estudo indica que refluxo gastroesofágico pode aumentar o risco de morte por COVID-19

Prefeitura assina terceiro contrato emergencial com STU em 18 meses