A empresa de transporte por aplicativo Uber enviou à redação do Ipa Online, no fim da tarde desta quinta-feira (14), uma nota de posicionamento a respeito do caso da advogada, de 33 anos, encontrada violentada e dopada em um terreno baldio no Parque Santos Dumont, em Votorantim (SP), na última segunda-feira (11).
Primeiramente, ela manifestou repúdio a “qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres”. Na sequência, disse acreditar “na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio”.
A Delegacia de Defesa da Mulher havia informado à redação, nesta manhã de quinta, que intimou a Uber para informar dados de viagens de motoristas cadastrados no aplicativo à mesma região que a vítima foi encontrada. Por meio de nota, a empresa declarou, porém que, “até onde foi possível apurar, não foi identificada nenhuma viagem realizada com o aplicativo da Uber na data e local da ocorrência”.
Apesar da situação afirmada, a Uber disse permanecer à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei.
Novas imagens
Duas novas fotos foram reveladas obtidas pelo Ipa Online por meio de colaboração do jornal Gazeta de Votorantim mostram a cena do crime.
A primeira mostra alguns objetos, como pedaços de madeira descartados no terreno baldio em que a advogada foi encontrada. Em cima da pilha, há uma blusa e materiais de higiene que estariam dentro bolsa da vítima. A advogada teve a mala, o celular e um notebook roubados.
Na segunda imagem, um novo ângulo mostra as viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e da Polícia Militar, quando foram acionadas para atender a advogada, por volta das 7 horas de segunda-feira (11).
A investigação da Polícia Civil
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Adriana Souza Pinto, os investigadores conseguiram diversas imagens de câmeras espalhadas pelo Parque Santos Dumont, que podem contribuir para a elucidação do crime. Além das imagens, a garrafa de vidro de refrigerante de 1 litro, objeto inserido na vagina da advogada, foi levada para perícia.
À delegada, a advogada disse estar “bastante abalada”, não conseguindo se lembrar dos detalhes do ocorrido. “Nos próximos dias, vamos chamar a vítima para um novo depoimento”, ressaltou Adriana.
O caso
A vítima foi encontrada na manhã de segunda-feira (11), em um terreno baldio, no Parque Santos Dumont, nua e com uma garrafa de vidro introduzida na vagina.
De acordo com informações da Polícia Civil, a vítima foi socorrida por volta das 7 horas, por uma equipe da Polícia Militar (PM). Em depoimento, ela contou que mora em Curitiba e vem quinzenalmente para a cidade visitar os pais.
Ela chegou na rodoviária de Sorocaba por volta das 20 horas do domingo, pegou um táxi e foi até uma farmácia, localizada na avenida Nogueira Padilha, Zona Leste do município. Na sequência, a vítima relatou que estava sem bateria no celular, então, pediu para que um casal de desconhecidos acionasse um motorista de aplicativo, para ela chegar até a casa dos pais.
No relato, a vítima contou que, ao entrar no veículo, o motorista ofereceu água e bala. A partir daí, ela não se recorda do que aconteceu e só foi acordar de madrugada a três quadras da residência dos pais.
Ainda de acordo com a vítima, um senhor que passava pelo local a viu. Ela não conseguia se mexer, gemia de dor e aparentava estar desorientada. Ao notar a cena, ele acionou a PM.
A vítima foi encontrada sem as roupas e documentos. Aos policiais, ela contou que teve a mala, o celular e um notebook roubados de sua bolsa.