Fabrãcio Lobel, FOLHAPRESS
Um tumulto na região da cracolândia, no centro de São Paulo, provocou correria e levou a Polícia Militar a fechar a avenida Duque de Caxias na altura da avenida Rio Branco.
O bloqueio ocorreu por volta das 16h, em meio à mobilização de motoristas e cobradores que travou corredores e terminais de ônibus, como o Princesa Isabel, a poucos metros dali.
Segundo testemunhas, a confusão entre usuários e agentes de segurança começou com operação de limpeza das barracas que ficam na rua.
Cerca de dez estrondos de bombas de efeito moral foram ouvidos. Uma fogueira bloqueou o acesso à rua Helvétia, e viaturas passavam em alta velocidade pela região.
Como o jornal Folha de S.Paulo mostrou na semana passada, usuários de drogas que frequentam a região relatam avanço da pressão para deixarem o local.
Somados às recentes obras urbanas na área e à transferência de unidades de atendimento, os depoimentos ouvidos pela reportagem apontam intensificação da violência policial contra dependentes químicos e moradores de rua.
As afirmações são feitas por moradores, assistentes sociais, urbanistas e ativistas. Tanto a Polícia Militar, do governo João Doria, como a Guarda Civil, sob Bruno Covas (ambos do PSDB), negam qualquer mudança de diretriz na conduta para o quadrilátero.
Muitos dos confrontos na área ocorrem durante ações cotidianas, como as de limpeza. A cracolândia passa desde 2017 por uma transformação. Em maio daquele ano, uma operação policial do governo Geraldo Alckmin (PSDB) desobstruiu a feira de drogas na alameda Dino Bueno –e o então prefeito Doria declarou que a cracolândia acabara.
Na esteira, as gestões tucanas lançaram um projeto de revitalização da Luz e passaram a desapropriar imóveis. Cinco prédios, parte de uma parceria público-privada de habitação popular, foram erguidos e receberam moradores. Outros estão previstos.
No último dia 13, teve início também a obra da nova sede do hospital Pérola Byington.