Sorocaba tem na sua história da mídia Rádio, nomes que já partiram para “serem locutores” em outra dimensão espiritual. Neste Dia de Finados, 2 de novembro, a reverência aos radialistas que conheci e aos que foram ícones nas emissoras. Os saudosos Nhô Juca, Salomão Pavlovisky, Zilá Gonzaga, José Roberto Ercolim, Flávio Moraes, Jurandyr Matheus Mercado, Otto Wey Netto, Walter Ribeiro, Orlando da Silva Freitas, Joubert Wey, Gastão de Lima Neto, José Rubens Bismara, José Theodoro Mendes, Armando dos Santos, Bertoni Junior, Sidney Carbone, Ulderico Amendola, Benedicto Pagliato e outros nomes históricos que deram a sua vida à esta missão de empreender na comunicação. Vamos começar a série com o Salomão Pavlovisky.
Cada pessoa vem a este mundo com uma missão, seja pessoal, profissional, familiar, enfim, há um caminho a ser trilhado. Acredito que o amigo radialista Salomão Pavlovisky teve como missão servir a humanidade com o dom da comunicação. A sua história de vida em todos os capítulos, do nascimento em 11 de setembro de 1924 até o seu falecimento em 19 de setembro de 1997, foram marcados por muito trabalho, testemunhos de dedicação plena, conquistas e desafios. Ele que começou no interior do Rio de Janeiro em atividades até os seus 12 anos como engraxate, carregador de malas, entregar de jornal, sabia no seu coração pelos conselhos de seus pais Cecília e Moisés, como seria o seu árduo caminho para vencer na vida. Conheci o Salomão no começo dos anos 70, há 50 anos, quando fui trabalhar na antiga Metalúrgica NS Aparecida na área de comunicação. Consigo ver o Salomão humilde, ponderado, vibrante e grande negociador ao vender o seu produto rádio para as ações de marketing da metalúrgica. Um influenciador nato.
A nossa amizade que era profissional cedeu espaço a conversas e convivência em eventos de Sorocaba que nos aproximou como amigos. Eu confiava no Salomão e ele confiava em mim. Até no aperto de mãos e no olhar sabíamos que existia sinceridade entre nós. Uma confiança que o tempo consolidou até a sua morte tão prematura aos 73 anos de idade.
Da metalúrgica fui para o Grupo Pagliato ser gerente de comunicação. Junto com o doutor Benedicto Pagliato, empresário que investiu na construção da rádio, pude acompanhar o início das transmissões da Rádio Ipanema. Ele era um apaixonado por comunicação. Hoje é a Rádio Jovem Pan, dirigida pelo seu filho, radialista e empresário amigo Francisco Pagliato Neto, “Kiko”. Nessa época o Salomão me ajudou muito na Associação Sorocabana de Imprensa. Eu estava presidente e os conselhos do Salomão fortaleceram a unidade da imprensa como queríamos nas duas gestões que tivemos até a inauguração da sede da entidade. O primeiro a estar na sede no ato inaugural foi o Salomão Pavlovisky.
As suas emissoras de rádio AM e FM do Sistema Vanguarda de Comunicação estaria completo com a TV Sorocaba.
A vida de Salomão Pavlovisky a partir desse fato foi intensa. Acertou com o SBT a parceria de transmissão e sociedade e deu partida ao que hoje temos na cidade como um dinâmico veículo de comunicação que não para de crescer, juntamente com as rádios. Acompanhei a construção do novo prédio da TV Sorocaba até agora e sinto o quanto tem ali de emoção, trabalho e determinação da família Pavlovisky.
Já escrevi vários artigos da vida e obra de Salomão e guardo com carinho lembranças de sua vida. Um deles, o troféu com o seu nome que recebi como prêmio jornalístico.
A história de Salomão Pavlovisky está perpetuada com o seu nome na ponte da rodovia Castelinho e Castelo Branco, em Sorocaba na ponte interligando a avenida dom Aguirre e muitas outras homenagens.
Vanderlei Testa Jornalista e Publicitário escreve aos sábados no Jornal Ipanema. www.jornalipanema.com.br