Dezenas de pessoas protestaram no hipermercado Carrefour, localizado na Zona Norte de Sorocaba, contra o homicídio de Beto Freitas, 40 anos, homem negro morto após ter sido espancado e asfixiado por seguranças em uma unidade da rede em Porto Alegre (RS).
Em Sorocaba, a manifestação ocorreu durante a tarde desse domingo, e foi agendada pelo Movimento Antirracista de Sorocaba, por meio das redes sociais.
No local, várias pessoas compareceram carregando faixas com os dizeres "vidas negras importam" e gritaram palavras de ordem como "racistas, fascistas não passarão". Elas também relembraram o coro usado em protestos contra a morte de Marielle Franco, ao reproduzir "Beto Freitas presente".
O grupo marchou até a entrada da loja e iniciou discursos de protesto contra a morte de Beto e também contra atos racistas.
A Polícia Militar esteve no local e fez a segurança do protesto.
Cruzes pretas pela cidade
O caso Beto Freitas
Beto Freitas foi morto na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado em dia 20 de novembro. O homem, negro, de 40 anos de idade, foi espancado no supermercado Carrefour, em um bairro da zona norte de Porto Alegre. Os agressores, um segurança do local e um policial militar temporário fora de serviço (exerce apenas atividades administrativas e de guarda), foram presos em flagrante e podem ser enquadrados no crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Tudo aconteceu quando a vítima, identificada como João Alberto Silveira Freitas, teria discutido com a caixa do estabelecimento. Ele foi conduzido pelo segurança da loja até o estacionamento onde começaram as agressões. Um vídeo que mostra a cena circula nas redes sociais. O segurança está detido no Palácio da Polícia de Porto Alegre. Já o policial foi encaminhado para um presídio da Brigada Militar (BM).
O governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se manifestou pelas redes sociais. “Infelizmente, na data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial [refere-se ao Dia da Consciência Negra], nos deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte um cidadão negro”, lamentou. O governador prestou solidariedade à família de João Alberto.
Carrefour
Em nota, o Carrefour disse que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos "neste ato criminoso" e que romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. A empresa disse que também vai desligar de seu quadro o funcionário que estava no comando da loja "no momento do incidente". A loja não abriu no Dia da Consciência Negra.