Por José Simões
Não há cidade desenvolvida sem que as Artes e a Cultura estejam bem estabelecidas e, também,desenvolvidas. É fato.
Cidade sem a Arte e a Cultura são arremedos de cidadania. Os governos ditatoriais, geralmente, trabalham para aniquilar e perseguir os artistas e querem quase sempre impor à sociedade um tipo específico de atividade cultural, em nome da ordem, da moral ou dos bons costumes. Pura perda de tempo, de dinheiro, de energia ou de desejo. Os artistas, as Artes sempre encontram um modo de furar está “ordem”, pois as Artes são eminentemente humanas e, como tal, livres. Sempre teremos homens livres na sociedade.
Poetas, músicos, atores, pintores, escritores, cineastas e mais um tanto de denominações atravessam o tecido social e invadem a cidade e os cidadãos com alegrias, reflexões, lágrimas, risos, vontades, viagens inesquecíveis imaginadas e perdidas no imaginário.
As Artes e os artistas estão sempre ligados ao nosso cotidiano.
O que seria de um casamento sem a música? De um filme sem os atores, a trilha, a cenografia, a iluminação e os figurinos? O que seria um congestionamento sem uma canção para aliviar o cotidiano? E cantar no banheiro? Ou a leitura de um romance que cria personagens que são capazes de dizer o que se pensa. E assim por diante. Os artistas estão sempre presente na vida da cidade.
Assim, uma cidade que nega investimentos para os artistas, as Artes e a Cultura. Nega o desenvolvimento sensível, sensorial e afetivo da sua população. Nega a saúde emocional. Nega a noção de cidadania plena. Nega a comunhão social.
Os governos ditatoriais gostam de negar a Arte e a Culturae banalizar o trabalho do artista. Estes agentes políticos jamais escreveram um verso, um texto ou fizeram um filme, uma música ou uma escultura ou tela, etc.. E por ignorância dizem que é fácil. Ou pragmáticos dizem que preferem a saúde e educação. Para estes argumentos reafirmo que não há saúde e educação plenas sem Arte na sociedade.
Os artistas são cidadãos diversos. A Arte é plural. Apesar de conceitualmente distintos Arte e Cultura, um e outro,estão intimamente vinculados. Sorocaba precisa valorizar os seus artistas e todas as Artes produzidas na cidade. Precisa construir pontes e diálogo com o diverso. Criar novos espaços de fruição estética com condições técnicas mínimas para tal. Ampliar a formação de público. Combater o obscurantismo e o charlatanismo político contra os artistas.Fomentar a justiça social pelas Artes na busca de apontar perfeições e imperfeições do Homem na sociedade.
O caminho é longo e requer que aparemos as nossas arestas. Que saibamos que não existe somente o dia neste percurso. Há, também, a noite. Que temos dias bons e ruins. Mas o resultado será positivo se os objetivos forem o valorizar os artistas, as Artes e o público. Este é o desejo para 2022.
Sorocaba precisa das Arte e da Cultura fortes.
José Simões é professor de teatro e crítico cultural