19 de Abril de 2024
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Sorocaba consta em lista de cidades de maior risco de difusão de coronavírus

Foto: Agência Sorocaba
Postado em: 08/04/2020

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Isabela Palhares, FOLHAPRESS / Alana Damasceno, IPA Online


Treze cidades paulistas, entre elas Sorocaba, são centros de maior risco para a propagação do coronavírus pelo interior do estado, segundo estudo da Unesp (Universidade Estadual Paulista). O levantamento indica a necessidade de medidas mais rígidas de isolamento nesses locais. 


A análise, feita por pesquisadores que integram o Centro de Contingenciamento do Coronavírus no estado, foi uma das que embasou a decisão do governador João Doria (PSDB) de ampliar em mais 15 dias a quarentena em todos os 645 municípios de São Paulo.


O levantamento levou em conta não apenas o número de casos confirmados de Covid-19, mas também os suspeitos, o número de internações por síndrome respiratória grave e a importância regional dos municípios.


"A análise de tendência precisa considerar os dados objetivos, que são os casos confirmados e a influência regional. Mas também informações que nos dão outras pistas já que sabemos existir uma demora na confirmação", disse o professor Raul Guimarães, que coordena o Laboratório de Geografia da Saúde na Unesp.


Além de São Paulo, os municípios considerados de maior risco para a propagação são: Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Marília, Piracicaba, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Votuporanga.


Entre as 13 cidades identificadas pelo estudo estão, por exemplo, municípios com número pequeno de casos confirmados. É o caso de Votuporanga, que até esta segunda-feira (6), tinha apenas três confirmações de Covid-19. No entanto, é considerado de alto risco de dispersão pela influência regional que exerce no noroeste do estado, além da identificação de outros dados que indicam a possibilidade de subnotificação.


"Existe uma difusão hierárquica do vírus, indo de cidades maiores para menores. Não adianta olhar só para o tamanho da população, mas também a influência econômica e social das cidades na região em que estão", explicou Guimarães. Por isso, há a necessidade de isolamento em todo em estado, já que a mobilidade entre os municípios é intensa.


O estudo também identificou rotas de dispersão do vírus, que se concentram especialmente entre as cidades na extensão das rodovias Anhanguera e Presidente Dutra. Nessas regiões de maior circulação, mesmo municípios menores estão mais vulneráveis ao aumento da dispersão do vírus.


"Quem está mais próximo da borda de influência da macrometrópole de São Paulo fica mais suscetível."


Para os pesquisadores, o sucesso das ações de bloqueio do avanço do vírus especialmente nesses 13 municípios é que pode garantir a proteção de cidades menores, em que a população é muito mais vulnerável ao coronavírus.


"A chegada da Covid-19 em municípios rurais e pequenos pode ser ainda mais dramática do que nos grandes centros. Nesses locais, a população é majoritariamente de idosos, e a rede hospitalar é muito menor", disse o infectologista Carlos Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp.


Os pesquisadores afirmam que o estudo reforça a importância do isolamento em todo o estado, com regras mais rígidas para as 13 cidades destacadas, mas sem afrouxar a quarentena nas demais. "É mais um indicativo de onde reforçar os recursos para garantir o isolamento. Por exemplo, se eu tenho que direcionar policiais para orientar a população e coibir a aglomeração, é mais eficaz concentrá-los nas cidades polo".

Casos em Sorocaba


Nesta terça-feira (7), a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Saúde (SES), registrou um novo caso confirmado da COVID-19. Com isso, já são 26 casos confirmados na cidade. Deste total, cinco estão internados (quatro em UTI) e 18 já se encontram recuperados. Além disso, três óbitos foram registrados por conta da doença.


Os casos suspeitos também aumentaram. A cidade passou de 336 para 344 pessoas que aguardam resultados. Entre todos os suspeitos, 50 estão internados em hospitais da cidade, sendo 10 em UTI.


Os óbitos em investigação subiram para 18, pois mais dois óbitos suspeitos foram registrados. O número de descartados por resultados negativos da doença aumentou para 73.


Casos no estado


O Estado de São Paulo teve um registro recorde de novos óbitos por coronavírus nesta terça-feira (7), chegando a 371 vítimas fatais. Desde segunda-feira (6), foram confirmados 67 óbitos, quase três por hora.


Com 5.682 confirmações de casos da doença, 20% das cidades de SP têm pelo menos uma pessoa diagnosticada. Dos 645 municípios, 121 já possuem casos de COVID-19.


As mortes continuam afetando principalmente pessoas com 60 anos ou mais, somando 313 vítimas. Entre o total de 371 mortes, 211 são homens e 160 mulheres.

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