João Gabriel, FOLHAPRESS
O estado de São Paulo registrou, nesta quarta-feira (24), o segundo maior número de novos casos de coronavírus em 24 horas desde o início da pandemia: 9.347. Ao todo, são 238.822 casos confirmados.
O recorde ainda é de 19 mil registros, do último dia 19 de junho. Na ocasião, porém, um problema no sistema do governo causou um represamento de dados e acumulou dois dias de contagem, o que causou o pico anormal.
Portanto, salvo este dia atípico, o registro desta quarta é o mais alto desde o início da pandemia.
A média semanal variável de novos casos (somatória dos últimos sete dias, divido por sete) registrada, que inclui esses dois recordes, foi a mais alta da toda a pandemia para o estado: 6.757.
Desde o último dia 19, São Paulo apresenta médias acima de 5.500 casos, marca que só havia sido atingida uma vez antes dessa data.
Na última terça-feira (23), o estado registrou recorde de óbitos em 24 horas, 434. Com mais 284 desta quarta, atingiu 13.352 mortes no total.
Apesar dos recordes, o governo anunciou nesta quarta-feira a data prevista para o retorno das atividades escolares em todo o estado: 8 de setembro.
O plano de reabertura vale para a rede pública e privada, estadual e municipal, da creche às universidades. A volta às aulas também será dividida em fases, inicialmente apenas com 35% das atividades presenciais autorizadas e contando ainda com o ensino a distância.
No entanto, a condição para que isso aconteça na data prevista é que todas as regiões do estado estejam na fase amarela, a terceira do afrouxamento da quarentena. Atualmente, nenhuma área se encontra neste momento –todas estão ou na fase vermelha ou na laranja.
Nesta segunda-feira, a gestão do governador João Doria (PSDB) anunciou que o interior do estado de São Paulo passou a capital no número de novos casos de coronavírus pela primeira vez.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, foram registrados 14,5% mais novos casos no interior em comparação com o município de São Paulo na última semana.
Isso se deu após a equipe do governo comemorar o que então foi considerada uma marca positiva: pela primeira vez, no último dia 15, o estado havia registrado um total de casos acumulados numa semana menor que o da semana anterior.
A melhora, apesar de inédita, havia sido ligeira: apenas três casos de diferença. Se o número indicava um possível achatamento da curva ou a estabilização do crescimento, os registros seguintes não corroboraram as expectativas.
Na próxima sexta (26), o governo anunciará o novo panorama do afrouxamento da quarentena. A expectativa do governo para a região metropolitana ainda é de estabilidade.
Segundo um inquérito da Prefeitura de São Paulo, a capital diminuiu sua taxa de letalidade para 0,5%. Os testes foram feitos por meio de sorteio 5.664 indivíduos, de modo a contemplar todas as regiões da cidade.
O inquérito é apresentado num momento de reabertura de setores econômicos na cidade pela prefeitura e de sensação de que o pior já passou, mas especialistas alertam para o risco de haver novos picos.
Segundo os resultados preliminares do inquérito sorológico realizado pela gestão Bruno Covas (PSDB), o número total de infectados no estado pode ser de mais de 1,2 milhões de pessoas.