25 de Abril de 2024
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Saúde de Sorocaba nega precipitação em reabertura do comércio em sabatina aos vereadores

Câmara Sorocaba
Postado em: 07/07/2020

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A Câmara Municipal realizou na manhã desta terça-feira, 7, uma nova sabatina com o secretário municipal de Saúde, Ademir Watanabe, para discutir o protocolo de tratamento da Covid-19 em Sorocaba e também a retomada de serviços de saúde. 

O vereador Renan Santos (PDT) questionou se a reabertura do comércio na cidade, há algumas semanas, teve o aval da secretaria de Saúde. “Se a curva está em ascensão, não faz sentido reabrir o comércio. Ficou provado que foi de forma prematura”, opinou. Quis saber também se há possibilidade de aumentar o número de leitos no Hospital de Campanha, reforçando que já era sabido que faltariam recursos humanos próprios. “Nós sabíamos que os servidores não dariam conta porque já havia déficit”, pontuou. 

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Ana Paula Diegues Trindade, lembrou o lançamento do Plano São Paulo, quando Sorocaba entrou na zona de controle (Zona Laranja), que mostrava indicadores até mesmo para avançar para a fase amarela, o que levou a abertura do comércio. Destacou ainda que a taxa de letalidade em Sorocaba está na casa de 2,2%, abaixo da estadual, nacional e até mundial. “Hoje posso falar que nenhum cidadão de Sorocaba faleceu por falta de atendimento ou de UTI”, completou. 

De acordo com o secretário, o hospital de campanha conta hoje com 40 leitos, sendo 26 ocupados no momento, além dos três leitos de estabilização. Afirmou ainda que há um esforço para suprir o atendimento com o RH da prefeitura e fazer esse enfrentamento, reforçando que devemos chegar ao pico da curva nas próximas semanas. 

A sabatina

Dando início aos questionamentos, o presidente Fernando Dini, falou sobre a escassez de recursos da secretaria e quis saber qual o planejamento financeiro para evitar o fechamento de unidades, lembrando ainda que muitos profissionais foram deslocados para o Hospital de Campanha. “Sabemos que não continuaremos fazendo todos os pagamentos, quais as prioridades? Se não houver planejamento, algo vai colapsar. Temos um grande problema para administrar”, afirmou, cobrando um mapeamento das ações para manutenção das UBSs, Policlínica, PAs e Santa Casa.

O secretário de Saúde concordou que há um represamento do serviço e disse que há um estudo de geoprocessamento nas unidades. “Hoje a gente vive e respira Covid, porém sabemos que toda a área de atenção básica e especialidades está bem abaixo do que devemos produzir”, disse. De acordo com Watanabe a ideia é levar parte dos especialistas às unidades básicas, pois a Policlínica tem problemas estruturais sérios. Outra proposta é levar uma carreta com especialidades aos bairros, deixando apenas procedimentos mais complexos para a Policlínica.

Com relação aos hospitais conveniados, disse que contratos foram renovados para manter os serviços, Watanabe explicou ainda que existem recursos exclusivos para o combate à pandemia, que legalmente não podem ser repassados para outras áreas da saúde, mas que a Prefeitura não pretende fechar nenhuma unidade de saúde. “O momento atual é de mudar a forma de atendimento nas Unidades Básicas. A sobrecarga vai ser muito grande. Os prontuários eletrônicos e a telemedicina serão duas ferramentas que vão ajudar muito nesse enfrentamento. Ideias temos muitas o que dificulta é a questão financeira”, completou. 

Pronto Atendimento 

Em seguida, a vereadora Iara Bernardi (PT) também questionou o planejamento para os Pronto Atendimentos e uma data para restabelecimento dos serviços em todas as unidades básicas de Saúde. “Não tem regra para as UBSs hoje, cada uma tem um modelo de atendimento. Se os médicos não estão atendendo nas unidades, onde eles estão? Que eu saiba eles não estão todos no Hospital de Campanha”, questionou. Por fim, a parlamentar cobrou a participação de representantes do serviço social no Comitê de Enfrentamento à Covid-19 e também a ampliação da frota de ônibus na cidade para evitar a contaminação. 

O secretário reforçou que a intenção é não fechar nenhuma UBS e disse que os PAs continuam funcionando, mas de forma reduzida no atendimento o que reflete no repasse, que também caiu proporcionalmente. Sobre o Hospital Evangélico, em resposta a outro questionamento da vereadora, infirmou que o hospital não consegue fazer sua prestação de contas nos moldes do SUS, por falta de equipe, o que impossibilita um novo convênio com a Prefeitura. 

O secretário disse ainda que não se pode aglomerar pacientes nas unidades, devido à ascensão dos casos de Covid-19, mas ressaltou que há sim uma programação de atendimento. Afirmou ainda que muitos profissionais foram remanejados para o atendimento de urgência e emergência. “Hoje estamos num crescente de curva o que é muito assustador. São mais de 6 mil casos que devem chegar a 13 mil em aproximadamente 10 dias. O número de óbitos pode chegar a 200 até o dia 15. Isso é assustador”, frisou.

Já o vereador Hudson Pessini (MDB) disse que não concorda com a carga horária dos médicos da rede municipal de saúde. “Isso é um benefício gerado na gestão de Vitor Lippi. Na situação atual, com médicos trabalhando três horas, você não consegue montar uma equipe e nasce a necessidade de terceirização”, afirmou. 

Sobre a Policlínica, o parlamentar questionou se não seria o caso de optar por uma gestão compartilhada, ante os inúmeros problemas da unidade. O secretário ressaltou que o custo para a reforma do prédio da Policlínica é muito grande, devido ao seu caráter histórico, não descartando uma parceria no futuro. De acordo com o secretário, existem ainda estudos para deslocar o atendimento especializado para outros hospitais da cidade o que, porém, também requer recursos. 

Pandemia 

O vereador João Donizeti (PSDB) retomou o assunto do enfrentamento à Covid-19 e quis saber qual o comprometimento financeiro da Secretaria com a pandemia. De acordo com o Watanabe, inicialmente o Governo do Estado liberou R$ 8 milhões e o Federal R$1,3 milhão. Em seguida, foi enviado mais um recurso federal de R$ 9 milhões e um novo repasse, de R$ 18 milhões, já foi liberado, mas ainda não chegou ao Município.

Donizeti também cobrou “pé no chão e coragem” para enfrentar tanto a pandemia como os demais problemas de saúde, incluindo o serviço de especialidades da Policlínica. “Os velhos problemas, que já tínhamos na Saúde, acabam aflorando ainda mais agora”, disse. “Seja lá onde for, temos que ter uma Policlínica. Como conceito, não podemos perder. Não é porque é terceirizado que é ruim, temos que fazer a gestão compartilhada sim, porque não temos médicos, não temos recursos humanos”, completou. 

 

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