Vice-campeã no ranking das regiões do estado de São Paulo com o maior déficit de policiais civis, o Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sete (Deinter 7), em Sorocaba, tem uma defasagem de 44%. Faltam 1.045 profissionais para atuar em toda a região, composta por 79 cidades.
As informações são do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP).
Conforme os dados do sindicato, O Deinter 7 precisa de 2.374 profissionais para que a Polícia Civil consiga atender adequadamente a população e exercer de forma plena sua atribuição constitucional de investigar crimes com inteligência. Mas atualmente o quadro de funcionários é de 1.329, número que limita os policiais em suas funções. “Por todo o estado há relatos de policiais acumulando funções e trabalhando de sobreaviso ininterrupto, sem direito a folga. A situação é alarmante de uma forma geral, mas no Deinter 7, que tem o segundo maior déficit, o problema é agravado”, afirma a presidente do SINDPESP, Raquel Kobashi Gallinati.
Para verificar os efeitos dessa defasagem na rotina dos policiais e no atendimento à população, Raquel visita Sorocaba nesta quinta-feira (25), para se reunir com os delegados de toda a região. O encontro acontece às 14 horas, na sede do Deinter 7. “Essa reunião faz parte de uma série de visitas que o SINDPESP está fazendo em todas as regiões do estado para verificar as condições de trabalho e apresentar as demandas locais para o governador”, afirma a presidente do Sindicato.
Os números verificados na região de Sorocaba são mais altos que a média de defasagem do estado. Segundo os dados do último defasômetro do SINDPESP, faltam 14.235 policiais civis em São Paulo, um índice de 34%. “O governador precisa investir em segurança pública urgente e contratar policiais. A situação chegou a um ponto insustentável, com muitos profissionais afastados por problemas relacionados ao estresse”, afirma Raquel.
Além das perdas nas condições de trabalho, a defasagem de policiais afeta diretamente a segurança pública e toda a sociedade. “A segurança pública é o pilar dos direitos sociais e o Governo tem obrigação de proporcionar segurança para o Estado de São Paulo. No Interior, a criminalidade já chegou e temos que combate-la com inteligência. A sociedade está vulnerável e aquele que comete o crime não tem a certeza do castigo”, pontua a presidente do SINDPESP.
Outro problema enfrentado pela polícia são os baixos salários, as deficiências na estrutura e a falta de equipamentos básicos de segurança, como o colete à prova de balas. “Uma das promessas de campanha do governador era que a polícia paulista teria os melhores salários do Brasil até o final do seu mandato. Já se passaram seis meses e até o momento ele não definiu um índice, nem afirmou quando esse reajuste será aplicado”, completa Raquel.
Concurso público da Secretaria de Segurança Pública
A Polícia Civil do Estado de São Paulo convoca atualmente 1.100 aprovados em concursos para a análise de documentos e realização de perícias de aptidão e mental. O anúncio foi publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira (24).
Os procedimentos serão realizados em dias úteis, a partir de 5 de agosto até o dia 30 do mesmo mês, no Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil – DAP, localizado na rua Brigadeiro Tobias, 527, 10° andar, no centro de São Paulo.
A convocação abrange 400 candidatos a vagas para agente policial, 300 para agente de telecomunicações policial, 200 para papiloscopista e 200 para auxiliar de papiloscopista. Além destas, há ainda mais 1650 vagas em andamento, sendo 600 para investigador, 800 para escrivão e 250 para delegado – totalizando 2.750.
Depois da convocação, a próxima etapa é a nomeação pelo Governo do Estado e, posteriormente, a posse para que os futuros policiais iniciem o curso de formação na Academia de Polícia Civil Dr. Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol).