16 de Outubro de 2024
Informação e Credibilidade para Sorocaba e Região.

Reforma tributária é mais importante agora do que autonomia do Banco Central, diz Maia

Jovem Pan News
Postado em: 06/11/2020

Compartilhe esta notícia:

Danielle Brant, da Folhapress

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação do projeto que prevê autonomia do Banco Central não é urgente neste momento e tem importância menor do que a aprovação da reforma tributária. Maia participou nesta sexta-feira (6) de uma conferência de macroeconomia do Itaú.

O Senado aprovou na última terça-feira (3) o projeto que estabelece mandato para o presidente e diretores do Banco Central, traz novas regras para suas demissões e confere novas atribuições à autoridade monetária. Com isso, a proposta seguiu para a Câmara.

Segundo Maia, antes de avançar na discussão de autonomia do BC e no projeto que permite à autoridade monetária utilizar depósitos voluntários é preciso debater a reforma do sistema tributário do país. "Porque a tributária eu acho que tem importância para o Brasil neste momento muito maior do que a autonomia do BC", disse.

"Acho que aqui a gente não deveria estar debatendo autonomia do BC, eu não acho isso que é urgente pra hoje", complementou. "Talvez seja urgente olhando o próximo governo, olhando um risco de conflito terminal na relação do presidente com o ministro da economia, o que vai ser da próxima equipe econômica. Não vejo esse risco nos próximos seis meses."

O projeto de lei complementar aprovado pelos senadores prevê que o BC passe a ser uma autarquia de natureza especial, não ligada a nenhum ministério. Atualmente, a autoridade monetária é uma autarquia que pertence à estrutura do Ministério da Economia.

Na avaliação do deputado, é mais importante discutir a troca do recurso do abono numa política social, o déficit primário do país, como vai ser a administração da dívida e como cortar mais despesas para organizar o orçamento.

Maia afirmou que se for possível votar só a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, que traz mecanismos de ajuste fiscal, "está bom".

"Agora, se a gente for votar pautas econômicas além da Emergencial, a tributária tem que estar dentro", afirmou o deputado, cobrando boa vontade do governo para avançar nas discussões do assunto.

"Queremos organizar a pauta até o final do ano. A gente tem condição de colocar autonomia, de colocar depósito voluntário, mas nós queremos que nessa pauta esteja incluída também, pelo menos na Câmara, a reforma tributária relatada pelo deputado Aguinaldo [Ribeiro, PP-PB]", afirmou.

Maia ressaltou ainda que a proposta de depósitos voluntários vai gerar uma pressão sobre gastos. "Porque ela vai reduzir a dívida não do país, ela vai reduzir a dívida do Tesouro", disse. O projeto foi apresentado pelo líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE).

O deputado afirmou ter medo de que, para aprovar a autonomia do BC, tenha sido chancelado um projeto que vai gerar pressão no final do ano, "exatamente porque reduziu a dívida do Tesouro, mas não reduziu a dívida do país."

"Porque se o BC vai aceitar depósito, a dívida fica para ele", resumiu.

Maia defendeu novamente que o país adote medidas para promover um crescimento sustentável maior que a média anual de 1% dos últimos anos, para que isso possa aumentar a arrecadação com o efeito de geração de riqueza, e não de elevação da carga tributária.

"Até porque estados e municípios vão precisar disso. Porque estados e municípios estão em uma situação de colapso. O governo federal não tem mais dinheiro. Como faz para organizar melhor a estrutura do estado? Não vai ser aumentando a carga tributária", disse.

Compartilhe:

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Após aumento no preço, governo zera imposto para importação de arroz

Governo de São Paulo publicará a localização de todos os radares em estradas estaduais

Covid-19 faz mais duas vítimas fatais e contamina outras 276 pessoas em Sorocaba

BRT Sorocaba realiza ações preventivas no combate ao coronavírus e obras seguem normalmente

Prefeitura de Sorocaba protocola na Câmara projeto de lei que proíbe Marcha da Maconha

Governo recorre ao STF para não entregar vídeo de reunião com Bolsonaro citada por Moro