19 de Abril de 2024
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Quatro em cada dez paulistanos já sofreram preconceito por orientação sexual

Postado em: 18/06/2019

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Dhiego Maia, FOLHAPRESS

Cerca de 4 em cada 10 paulistanos já sofreram ou presenciaram alguma situação de preconceito por causa da orientação sexual em espaços públicos e nos meios de transporte da cidade de São Paulo.

É o que mostra a pesquisa “Viver em São Paulo – Direitos LGBTQI+” realizada pela Ong Rede Nossa São Paulo em parceira com o Ibope.

A população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros) estão mais vulneráveis nas ruas, nas praças, nos trens e nos ônibus, porque esses lugares concentram “o maior encontro entre as diferenças”, diz o sociólogo Américo Sampaio, coordenador da Rede Nossa São Paulo.

“Os números são graves: dois terços da população paulistana não sabem conviver com o diferente justamente em espaços que possibilitam esse tipo de exercício”, afirma.

Escolas, faculdades, shoppings, bares e restaurantes –todos com grande circulação de pessoas–, também foram lembrados pelos entrevistados como pontos recorrentes para casos de preconceito contra a população LGBT.

Segundo a pesquisa, mulheres pretas ou pardas, de escolaridade mediana, com renda mensal de até dois salários mínimos e moradoras da zona leste têm a percepção de que são as mais afetadas pelo preconceito na capital paulista.

A zona leste se sobressai porque é a região mais populosa da cidade e, por isso, ganha mais relevância na amostra de entrevistas feita para o levantamento, explica Sampaio.

Para Thiago Amparo, professor de políticas de diversidade da Fundação Getulio Vargas e colunista do jornal Folha de S.Paulo, os mais atingidos pelo preconceito já estão na margem da sociedade. “São pessoas que vivem na região periférica e, todos os dias, se deslocam por grandes distâncias para trabalhar. Um LGBT nessas condições sofre ainda mais”, diz.

A cidade também ficou mais hostil em relação à população LGBT. Os entrevistados que acham São Paulo tolerante em relação aos LGBTs caíram de 50% para 40% nos últimos doze meses.

Essa percepção geral é mais forte entre os mais jovens, os mais pobres e aqueles que se autodeclaram pretos ou pardos –parcela da população geralmente mais exposta às situações de preconceito.

Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, aponta que a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) funcionou como gatilho para a queda do indicador na segunda edição do estudo. “Ele trouxe um discurso bastante agressivo contra a população LGBT. A pessoa que tem preconceito passou a se sentir mais livre para expressar seu ódio nas ruas”, diz.

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