Histórias de amor também podem ser escritas acerca de amizades e eu vou provar para vocês que esta afirmação não é um clichê nas próximas linhas.

Renata de Carvalho nasceu em Santo André (SP) e foi criada em Itapeva, interior de São Paulo. Completou os estudos em Ciências Contábeis, mas muito antes disso, em 1992, ainda com 14 anos, entrou como estagiaria em uma seguradora. No ano seguinte já era funcionária efetivada na casa. “Me apaixonei pela profissão. Prefiro me definir como ‘Cuidadora de Seguros’, a ‘enfermeira dos papéis’, ao invés do tradicional ‘Corretora de Seguros’”, explica a moça alta, de sorriso largo, geminiana, que em 2002 comprou 33% da empresa onde trabalhava.

Em 2008 Renata escolheu a cidade de Sorocaba (SP) para viver. Se casou e fundou sua própria corretora, a “Completa Seguros”. “Acredito que a inspiração para o meu foco empreendedor veio da minha mãe, uma comerciante nata. Ela saiu da escola para trabalhar em casa de família, estudou só o suficiente para saber ler e escrever. Me criou, junto com meus dois irmãos, sendo dona de uma mercearia de bairro. Tive uma infância muito simples, mas sem fome, graças a esta guerreira”, recorda. 

Ainda em Itapeva, a adolescente Renata conheceu Jhony em um grupo de jovens da Igreja Católica. Ele era um menino bonito, com postura de líder que usava óculos. Mais tarde o menino, que se achava um homem quando usava terno e gravata, também foi trabalhar na seguradora, de onde saiu “fugido”, pouco tempo depois, do perfil profissional exigente da amiga. “Sempre fomos companheiros e mesmo ele tendo ‘desistido’ de mim lá em Itapeva, quando ainda éramos muito jovens, quando fui para Sorocaba o coloquei para trabalhar comigo assim que ele apareceu na minha frente pedindo uma oportunidade”.

Em uma tarde de sexta-feira aconteceu o fato que viria a mudar toda a trajetória daquela empresa e das pessoas que ali atuavam. Jhony tinha então 42 anos e estava trabalhando sozinho no escritório quando convulsionou e desmaiou. Na semana seguinte ao susto, um senso de urgência tomou conta de Renata que resolveu acompanhar o amigo em sua primeira consulta médica marcada por conta o incidente. “Jhony não tinha família na cidade e eu também só tinha a Cris, minha companheira. Então éramos família uns dos outros, muito unidos”, explica Renata.

Jhony estava apreensivo quando o médico solicitou os exames, que foram feitos “a toque de caixa”, ainda no mesmo dia. “Paramos tudo o que estávamos fazendo para investigar o que estava acontecendo com a saúde dele. Nas semanas seguintes ele foi diagnosticado com um gliobastoma, grau 4. Um tipo de tumor cerebral maligno e letal. 

O médico me chamou eu uma sala sozinha e deu 6 meses de vida para o meu amigo”, se recorda. Nos 20 meses seguintes, Jhony passou por duas cirurgias no cérebro e quimioterapia, como tratamento paliativo. “Eu nunca o vi reclamar do tratamento e pela situação que estava passando. Ele faleceu nas vésperas do Natal de 2018. Me lembro de conversar com um padre que me chamou a atenção sobre eu ter assistido a um milagre. O Médico havia previsto durante o tratamento 3 meses de grande sofrimento para o Jhony e eu testemunhei 18 meses de qualidade e lição de vida. Durante este tempo o meu excelente amigo de juventude e colega de trabalho fez questão de treinar uma equipe de novas funcionárias e fazer a transição de suas funções dentro da seguradora. Foi neste período que eu tive a ideia de um novo projeto. Uma ideia que transformaria o meu rumo profissional e de vida: O Câncer e Proteção Financeira”.

Após a partida do amigo Renata saiu de férias com a esposa e durante o luto esquematizou de que forma poderia aplicar o plano que tinha partilhado com o amigo. “Pedi autorização a ele para usar a história que estávamos vivendo como exemplo para as pessoas. Hoje 83% das pessoas que escutam a palavra câncer pensam em morte, mas em 70% dos casos os pacientes diagnosticados no início da doença sobrevivem e é preciso estar atento a isso”, comenta a empresária que criou um tipo de seguro de Doenças Graves que reverte parte do lucro para o financiamento de exames preventivos, como mamografias e biópsias, por exemplo.

“O apoio financeiro, emocional e psicológico é fundamental para a estabilidade do paciente oncológico. A rede de suporte, formada por médicos, familiares e amigos, é responsável por mostrar que a pessoa diagnosticada continua sendo a mesma que sempre foi, que a doença não é o fim e não precisa ser uma sentença como foi no caso do Jhony, que tinha um tipo fatal de câncer. Mas para isso a pessoa precisa estar preparada com um bom plano de saúde e um respaldo financeiro e é aí que o projeto entra. Poder se afastar do trabalho e conseguir continuar pagando as contas de seu tratamento e do funcionamento da sua casa e da sua família apenas com o auxílio de INSS é impossível. Se você ganha, por exemplo, R$10.000,00 em carteira, a chance de você passar a receber R$3.000,00 do INSS é grande. Em geral o seu salário será apenas de 30% do que você ganha normalmente e esse valor para uma pessoa que está doente, muitas vezes um provedor, um pai de família não é o suficiente. Então passar por este momento com o respaldo de um seguro de doenças graves e que ainda ajuda a fazer diagnósticos precoces é maravilhoso”, comenta Renata lembrando que só no Brasil  ocorrem 600.000 diagnósticos de câncer anualmente.          

                                                                                                                                                
Hoje o projeto que se tornou uma realidade, criado por Renata e Jhony, já pagou mais de R$ 600.000,00 em indenizações para pessoas diagnosticadas com doenças graves e têm mais de 400 apólices ativas. O “Câncer e Proteção Financeira” financiou mais de 500 exames para pacientes oncológicos e que procuravam diagnóstico. Além disso, ajuda a custear o tratamento de mais de 200 pacientes por mês, que frequentam entidades parceiras,  “Colaboramos com instituições que fazem um trabalho exemplar nesta área da saúde, como a Ibraper, Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, Asipeca, entre outras”, conta Renata.

Para Renata – que também é fundadora do GC do Brasil, o maior grupo de seguradoras do país - hoje um dos seus propósitos já foi cumprido: informar seus clientes sobre a importância de cuidar da saúde e se prevenir. “40% dos nossos clientes aderiu a este tipo de seguro mas queremos expandir e estender o conhecimento do propósito. Que este tipo de prevenção é tão valiosa e urgente quanto contratar um seguro de carro”.                                                                                                                                 
No caso do motorista Adriano Pingo, que sobreviveu a um câncer no estômago aos 39 anos, não ter aderido a proposta da amiga Renata, meses antes do diagnóstico, foi um grande arrependimento. “Não deixe passar, não deixe sua saúde para depois. O câncer para mim foi literalmente um soco no estômago. Então poder suprir as necessidades da sua família e do tratamento durante uma doença como esta. Receber esta proteção para passar por um tratamento com tranquilidade, não tem preço”, conta o cliente da Completa Seguros, após 8 ciclos de quimioterapia e 12 meses de um tratamento vitorioso.

Há quem diga que “a morte pode ser uma boa conselheira”. Há quem diga que “todas as cartas de amor são ridículas”. Depois de 5 anos da partida de Jhony e de caminhada de projeto, Renata afirma que ambas as citações são verdadeiras. “Dizer que perdi meu melhor amigo é pouco para o que o Jhony foi e é pra mim. Estive ao lado dele em todas as consultas médicas, passamos por tudo isso juntos e ele me deixou este legado, este propósito de vida. Posso usar aqui outra citação popular para falar desta história de amor: ‘fizemos do nosso limão uma limonada’ e para mim poder contar esta história para ajudar pessoas como nós a colocar os pés no chão, se informar e acessar tratamentos de saúde eficazes em um momento tão delicado da vida é o que move a mim e a minha empresa.

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