A Polícia Civil de Sorocaba, juntamente com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), revelou, durante entrevista coletiva (assista abaixo), nesta tarde de segunda-feira (8), que a Prefeitura de Sorocaba pagou R$ 900 mil para comprar 60 mil máscaras de proteção respiratória.
O valor seria três vezes mais do que os equipamentos de proteção individual valem.
Conforme revelaram o delegado da Delegacia Seccional, Wilson Negrão, e a promotora do Gaeco, Maria Aparecida Castanho, a "Operação Bordeline", cumpriu mandados de busca e apreensão tanto na Prefeitura de Sorocaba quanto no Almoxarifado Municipal e apreendeu equipamentos de proteção individual, adquiridos com dispensa de licitação e com qualidades inferiores aos valores aferidos.
Durante a diligência na prefeitura, foram verificadas notas de compra na Secretaria de Administração e no Almoxarifado do Paço.
O contrato com licitação dispensada é de R$ 900 mil, para 60 mil máscaras. A licitação foi dispensada por causa do decreto de calamidade pública.
Ainda na coletiva, tanto o delegado quanto a promotora não responderam se a prefeitura é vítima de uma quadrilha da empresa que forneceu o material ou é coautora do crime.
A investigação segue sob sigilo.
Posicionamento da Prefeitura de Sorocaba
"A Prefeitura de Sorocaba informa que na manhã desta segunda-feira (8) a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandado de busca e apreensão no Departamento de Licitação da Secretaria de Administração e também no Almoxarifado Municipal, ocasião em que foram solicitados documentos referentes a dois processos, sendo um de compra de máscaras respiratórias e outro para prestação de serviço de ambulância para atendimento integral, com atendimento domiciliar, remoções e transferências pré-hospitalares e inter-hospitalares de suspeitos e/ou confirmados de Covid-19 a serviço da Secretaria da Saúde.
A Prefeitura de Sorocaba esclarece que está colaborando integralmente com as autoridades. Informa ainda que todos os processos licitatórios e de compra de equipamentos de prestação de serviços, sobretudo os que envolvem ações para a prevenção e combate à Covid-19 são fiscalizados por órgãos de controle interno, como a Controladoria Geral do Município, havendo procedimentos fortemente instruídos documentalmente no âmbito de auditoria e corregedoria que analisam todas as contratações.
No caso específico da ação desta segunda-feira a Prefeitura informa que está solicitando à Justiça informações referentes ao teor que embasa a denúncia encaminhada ao Gaeco para que possa analisar juridicamente, assim como para que possa se manifestar acerca do assunto".
Assista a coletiva