O gestor da Irmandade da Santa Casa Misericórdia de Sorocaba, padre Flávio Miguel Júnior, disse que, além da constante lotação de leitos destinados a pacientes com covid-19, passa a gerar preocupação nos hospitais a falta de insumos para atender os internados.
"A gente passa hoje por outro tipo de problema hospitalar no país - insumos, remédios", disse o pároco durante entrevista na Jovem Pan Sorocaba, nesta manhã de quinta-feira (11).
Como exemplo, o padre citou um bloqueador neuromuscular, utilizado quando a pessoa é intubada, e que ajuda no relaxamento muscular na traqueia. "A santa Casa consumia 30 por dia, hoje cerca de 300 diariamente. Não estamos achando-o mais no mercado. Nosso estoque dura 3 dias", relatou.
Um medicamento em falta no mercado e que preocupa o padre é o anestésico. "[Está em] falta no Brasil inteiro, de uma forma assustadora. Esse tenho estoque para dois meses, mas está super caro. Os hospitais não estão mais achando anestésicos. As pessoas precisam compreender que, quando se fala do colapso, não é só leito", declarou.
"Não é só ventilador, cama, lençol [que são utilizados em leitos UTI], não é só isso. Tem que ter, a cada leito, 4 bombas de infusão, medicação caríssima", continua.
O padre afirmou que irá se reunir com seus médicos intensivistas para buscar solução para essas situações.