FOLHAPRESS
Onze aviões foram apreendidos nesta quarta-feira (4) na operação Voo Baixo, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em quatro estados para combater o tráfico internacional de drogas.
A operação, que também prendeu 11 pessoas temporariamente, teve como objetivo desarticular em São Paulo uma quadrilha que atua no tráfico de drogas a partir da Bolívia. Um empresário de São José do Rio Preto que comandava o grupo foi detido. Conforme a PF, ele comprava e distribuía cocaína vinda do país vizinho.
Os aviões apreendidos eram utilizados na rota entre a Bolívia e o Mato Grosso do Sul e daquele estado para São Paulo. A droga também era transportada por rodovias entre os dois estados, com o uso de veículos com compartimentos especiais para esconder a cocaína.
Segundo o delegado da PF Mauricio Galli, a estimativa é que, por mês, a quadrilha trouxesse para o Brasil 1,5 tonelada de cocaína, dos quais 85% eram destinados à Europa, escoando pelo porto de Santos.
Embora tenham sido apreendidas 11 aeronaves, o número pode ser ainda maior, de acordo com ele. Outras duas já estão vinculados à operação, mas um levantamento da PF mostra que o total pode chegar a 19.
"Elas pousam em pistas clandestinas existentes em fazendas no interior do Mato Grosso do Sul. Os planos de voo que o piloto indica para a torre não são aqueles que são inicialmente estabelecidos, nem origem e destino. Fizemos apreensões que indicam a localização de outras pistas e a forma como procedia a organização criminosa em relação ao transporte por via aérea", disse o delegado.
A investigação da PF mostrou que a droga entrava no Brasil já custando 300% a mais que no país produtor e, na Europa, chegava a valer até 5.000% a mais em relação à origem.
A investigação da PF teve início em maio do ano passado e, desde então, foram apreendidas 2,6 toneladas de cocaína.
Além de 13 mandados de prisão temporária, 2 ainda não concluídos, policiais cumpriram 33 mandados de busca e apreensão em 16 cidades, 10 delas em São Paulo –São José do Rio Preto (8), Araçatuba (4), Pereira Barreto (3), Campinas (2), Dourado, Guararapes, Jaú, Ribeirão Preto, São Paulo e Vargem Grande Paulista (1 em cada). Também houve mandados cumpridos em outros três estados: Santa Catarina, Bahia e Mato Grosso do Sul.
Além das aeronaves apreendidas, a PF pediu o sequestro de três fazendas ligadas a traficantes presos.
Os presos responderão por tráfico de entorpecentes e associação ao tráfico e estão sendo investigadas por lavagem de dinheiro, já que mantinham empresas supostamente de fachada, segundo Marcelo Ivo de Carvalho, delegado regional de combate ao crime organizado.