Por Vanderlei Testa
Somos a maior maravilha do universo e nascemos graças a um dom da vida divino que Deus disse e está escrito no livro do Gênese: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. Isso ninguém pode contestar, seja cientista, religioso de qualquer denominação ou ateu.
A fecundação exige do homem e da mulher o espermatozoide e o óvulo. Seja no ato do amor conjugal ou nas técnicas de reprodução “In vitro”, atualmente disponível na medicina mundial com o uso de inseminação. A única opção de concretizar o que o Criador concedeu aos seres humanos depende da participação do homem e da mulher. Essa receita é eterna.
Nós, eu e você que lê este artigo fomos gerados assim. Seus pais, irmãos, e todas as sete bilhões de pessoas deste planeta Terra também. Esse fato não escolhe nacionalidade, convicção ideológica ou partidária, riqueza ou pobreza. Todos somos iguais na fecundação. Sem aquelas duas “sementinhas” jamais haverá laboratório ou cientista humano que irá produzir o que Deus criou: Pessoas.
Escrevo tudo isso para refletir também que todos nós da mesma forma um dia vamos morrer. A perda de uma mãe, pai e filhos, irmãos, amigos, dói e deixa a saudade de um amor que não será substituído. Esta semana perdemos o amigo padre Inácio Kriguer.
Nunca em bilhões de anos houve a descoberta de estender a vida acima dos 120 anos, para exagerar muito a média mundial é de 80 anos de vida. Se entendermos isso na inteligência que trazemos no cérebro e neurônios, por que então a pessoa, homem e mulher se transformam em violentos, egoístas, bandidos, assaltantes, corruptos, radicais em crenças, constroem muros entre países e fomentam a guerras, idólatras de si mesmo no poder e na riqueza que nunca caberá no jazigo?
Um dia, há quase 100 anos, dois jovens, Rosalina e João Orsi, na pequena e aconchegante cidade de Angatuba da região de Sorocaba se enamoraram, passearam de mãos dadas na pracinha da igreja matriz, deram o primeiro beijo sob a luz do lampião, se abraçaram, fizeram planos de vida e, no altar deram o sim um ao outro no amor conjugal. Assumiram a graça do matrimônio e, em pouco tempo geraram filhos.
O cordão umbilical da Rosalina ligou a maravilha “máquina” humana de irrigar sangue, vida e amor aos bebês. Nasceram João, Teresa e Celina. A palavra bíblica “frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” aconteceu na prática. Essa verdade prosseguiu com os filhos do lavrador João.
Agora são os netos que chegam. E assim continuam as gerações levando no DNA a hereditariedade dos antepassados. Os nossos saudosos Rosalina e João sempre testemunharam a fidelidade dessa família cristã constituída no amor.
A generosidade e a amizade com os filhos, alicerçada numa fé e crença católica motivaram o filho João Carlos Orsi a ser ungido com a vocação sacerdotal em fase de vida adulta com 38 anos de idade. Foi ordenado padre em 02 de julho de 1980 pelo então papa João Paulo II, já santificado pela Igreja. Além de padre, estudou e graduou em Direito e se formou como advogado, se especializando em doutorado na Universidade Gregoriana de Direito Canônico em Roma. É o atual presidente do Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Sorocaba.
No dia 14 de junho foi comemorado o seu aniversário natalício de 77 anos de vida. Cercado de seus amigos da paróquia São Carlos Borromeu cantou os parabéns e cortou o bolo. Sorriu, apertou mãos, abraçou e agradeceu. Antes, porém, em celebração no domingo, presidiu à missa de ação de graças pela vida concedida e deu graças aos seus pais Rosalina e João que o gerou, como primícias de um Deus misericordioso e bondoso que guarda no seu coração o mistério da vida eterna aos que creem e buscam estar com Ele no paraíso.
Padre João é aquele que leva Jesus Eucarístico com um amor que toca os corações feridos. E no Tribunal Eclesiástico atende diariamente casais em seus processos de anulação de casamento. Com sua sabedoria e espiritualidade ouve muito e sempre ajuda a continuar unindo homem e mulher que Deus abençoou no sacramento do matrimônio.
Vanderlei Testa é jornalista e publicitário