19 de Abril de 2024
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O gol do professor Julio Akamine: futebol está na alma dos brasileiros - veja a coluna de Vanderlei Testa

Arte: VT
Postado em: 24/02/2022

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O futebol faz parte da vida dos brasileiros. Abro os jornais e os cadernos de esportes mantém páginas com os jogos nacionais e mundiais. Os canais de televisão especializados em esporte se multiplicam e conquistam assinantes em todo o País. Os times se profissionalizam e compram atletas em contratos milionários. Os técnicos europeus estão cada vez mais presentes nos times principais dos Estados, como: o Corinthians, Palmeiras, (São Paulo) Atlético Mineiro (MG) e Flamengo (RJ). Salários vultosos que jamais um trabalhador irá ganhar no seu emprego mensal em fábricas entram nas contas bancárias dos jogadores e mudam a vida daqueles que estavam morando na pobreza das suas realidades familiares. Compram carros do ano, casas de alto padrão e, em poucos dias, aparecem com o corpo tatuado, brincos nas orelhas, cabelos coloridos e outras alterações de visual. Vale tudo para ser o atleta da moda.

 

Têm os atletas amadores dos clubes da várzea, como em Sorocaba, em campeonatos regionais, sem estrutura financeira dos clubes. Vale aqui a raça e a boa vontade dos jogadores, com as suas próprias chuteiras e transporte urbano para chegar aos campos nos finais de semana. As escolinhas de futebol, como a do São Bento, faz parte das minhas lembranças. Quando eu tinha os meus 15 anos de idade, arrisquei participar de uma peneira no time do coração do meu pai. Afinal, o primo Nestor Trevisan era um jogador de sucesso no Bentão.  O Mickey era o treinador da molecada e orientava os jovens a seguirem as suas aptidões no gramado. Fui treinar como centroavante. Minha altura dava certa e o físico naquela época ajudava. Chuteira nova com meia até a canela na cor azul, camisa de treino e lá fui cumprir a peneira. Tinha muitos jovens habilidosos com a bola. Eram craques dos campinhos de terra nos bairros. Verdadeiros serelepes no trato com aquela peça de couro redonda com os seus gomos costurados à mão. O sonho durou apenas um treino de seleção dos novos “peneirados”. Não fui escolhido.

 

Há também os jogadores de escolas, quartéis, seminários. O futebol vale para todos. Em específico no seminário de formação de padres, fiquei sabendo conversando com o padre Silvio Andrei, que estudou em Curitiba, de um fato que me despertou para este artigo. Contava o padre Silvio, que mensalmente vem de São Paulo para celebrar a missa no dia 10 no Santuário de Santa Filomena às 15 horas, sobre uma passagem que teve com o atual arcebispo dom Julio Endi Akamine, na época em que ele, como professor e padre pertencia à Sociedade do Apostolado Católico (Padres Palotinos). Em um jogo realizado no seminário, o seminarista Silvio Andrei se destacava como o melhor goleiro da turma. Difícil era encontrar um atacante que chutasse e marcasse um gol nele. O padre Silvio tem na memoria e não se esquece de um fato. Ele me relatou um jogo que marcou para sempre a sua trajetória de goleiro. Ele disse que um dia, o então, professor padre Julio Akamine estava no time adversário como atacante na linha do centro do campo e deu um chute tão certeiro na bola, que balançou a sua rede daquela longa distância. Os anos se passaram, ele foi ordenado padre e dom Julio hoje é o arcebispo de Sorocaba. Aquele gol que o impactou, no entanto, ainda lhe traz a certeza que ninguém é imbatível no que faz, mesmo que levando um gol do meio do campo.

 

Vanderlei Testa (artigovanderleitesta@gmail.com) Jornalista e Publicitário escreve no www.jornalIpanema.com.br

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