Thiago Resende e Nicola Pamplona, FOLHAPRESS
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu nesta segunda-feira (28) que a população poupe energia e água para enfrentar a crise hídrica.
"O uso consciente e responsável de água e energia, reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada", declarou.
Albuquerque fez um pronunciamento em rede nacional de TV. O objetivo foi tentar afastar os rumores de que pode haver apagão ou racionamento de energia neste ano devido ao agravamento da crise hídrica que deixou os reservatórios das hidrelétricas em seu pior nível em 91 anos.
"Esse quadro provocou a natural preocupação de muitos brasileiros com a possibilidade de racionamento de energia, como aconteceu em 2001", afirmou o ministro.
Para enfrentar a crise atual, disse, o governo vem atuando desde 2020. Nesse sentido, o governo já autorizou o uso de todo o parque térmico disponível, independente do preço da energia, já anunciou a possibilidade de contratação de usinas hoje sem contrato e de importações.
No entanto, o ministro não informou claramente se o risco de apagão ou racionamento está totalmente afastado.
"É com serenidade, portanto, que tranquilizamos a todos. Estamos certos de que, juntos, superaremos esse período desafiador e transitório", discursou.
Nesta segunda, o ministério editou medida provisória que dá poderes a um comitê responsável pela gestão da crise energético, incluindo gerir a vazão dos reservatórios e realizar leilões para a contratação de energia emergencial.
A medida era defendida por especialistas, que veem necessidade de um comando com autonomia para propor e executar medidas. Segundo o ministro, o objetivo da MP é " fortalecer a governança do processo decisório neste momento de crise hídrica".
Além disso, Albuquerque citou que está elaborando, junto com representantes da indústria, um programa para incentivar que as empresas mudem o horário de consumo para períodos de menor demanda de energia. A medida seria voluntária e quer evitar que a produção e crescimento econômico sejam afetados.
"Essas medidas são essenciais, mas, para aumentar nossa segurança energética, é fundamental que, além dos setores do comércio, de serviços e da indústria, a sociedade brasileira, todo cidadão-consumidor, participe desse esforço, evitando desperdícios no consumo de energia elétrica, com isso, conseguiremos minimizar os impactos no dia a dia da população", disse Albuquerque.
O ministro reforçou que o sistema elétrico brasileiro evoluiu nos últimos anos.
"Reduzimos nossa dependência das usinas hidrelétricas de 85% para 61%, com a expansão das usinas de fontes limpas e renováveis, como eólica, solar e biomassa, além de termelétricas a gás natural e nucleares", afirmou.
"Hoje temos um setor elétrico robusto, que nos traz garantia do fornecimento de energia elétrica aos brasileiros", completou o ministro.