Por Cida Muniz
Na sessão desta terça-feira (4), a secretária de Igualdade e Assistência Social de Sorocaba, Cíntia de Almeida (MDB), compareceu à Câmara Municipal durante a sessão, a convite do presidente da Casa, vereador Rodrigo Manga (DEM), que contestou veementemente os números apresentados pela pasta da diminuição em 50% dos moradores de rua da cidade.
Conforme a secretária, quando assumiu a pasta não havia parâmetros sobre o número de moradores de rua no município, uma vez que o último dado a respeito da questão era de 2007, do Ministério do Desenvolvimento Social, que identificou, na época, 217 moradores de rua em Sorocaba. “Em 2017, dados de diversas fontes indicavam que havia em Sorocaba havia entre 1.200 e 2 mil moradores de rua. Hoje, temos dados mais concretos, oficiais, com o cadastro único”, afirmou a secretária, afirmando que grande parte dessas pessoas são oriundas de municípios vizinhos.
Durante quase uma hora a secretária informou dados sobre os moradores de rua. O vereador Luis Santos (Pros) disse que, em 2005, foi feito um levantamento que indicou 138 pessoas em situação de rua.
Já a vereadora Iara Bernardi (PT) afirmou não acreditar na redução dos moradores de rua, em face da grave crise econômica, e observou que muitos foram para os bairros e quis saber para onde são encaminhados os moradores em situação de rua.
A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) disse que o preconceito com a população de rua é muito grande e questionou uma declaração feita pela secretária no passado afirmando que havia muitos foragidos da Justiça entre os moradores de rua. Também criticou a mudança do Centro Pop e defendeu que ele se localize em uma região centralizada.
FAKE NEWS
A manifestação mais aguardada era a do presidente Rodrigo Manga afirmou que a redução das pessoas em situação de rua anunciada pela Prefeitura é fantasiosa, já que a busca ativa realizada para as identificar não foi até as minicracolândias espalhadas pela cidade. “Esse número não é real, porque 90% dos moradores de rua são usuários de álcool e drogas e não foram incluídos na contagem”, argumentou. “Vamos ajudar a fazer o trabalho necessário junto com a Comissão de Dependência Química, mas não podemos maquiar os dados. Temos o número de pessoas em situação de rua aumentando dia após dia”, concluiu.
Manga foi enfático ao rebater a secretaria que não conseguiu deixar clara a metodologia utilizada para chegar a dedução que o número de moradores em situação de rua caiu na cidade.
De acordo com a secretária, os números apresentados são de pessoas que de alguma forma foram atendidos pela secretaria. Ocorre, que muitas pessoas, frisou Manga, principalmente os que vivem nas cracolândias, são também moradores em situação de rua, mas ninguém se preocupou em ir a esses lugares e fazer a contagem.
A secretária mostrou um vídeo mostrando que não havia nenhum morador em situação de rua na praça Coronel Fernando Prestes, na sequência Manga recebeu um vídeo, gravado naquele momento, com vários moradores de rua na escadaria na Catedral de Sorocaba.
Já o vereador Hudson Pessini (MDB) disse que há muitos anos participava de abordagens sociais e notou que no momento em que eram realizadas as ações a notícia rapidamente se espalhava, fazendo com que os moradores de rua se espalhassem para evitar serem encontrados.