O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira (27) a crítica de um deputado francês, que comparou a carne brasileira a "lixo". Lula disse querer que o agronegócio continue crescendo para "causar raiva" em quem faz essas críticas.
Acrescentou que pretende ainda neste ano, assinar o acordo entre o Mercosul e a União e a União Europeia, independentemente da resistência apresentada: a "França não apita nada", afirmou, em referência a declarações recentes do presidente Emmanuel Macron contra a assinatura.
Lula participou da abertura do encontro nacional da indústria, em Brasília.
A fala de Lula acontece em meio à controvérsia envolvendo a rede de supermercado francesa Carrefour, que anunciou que deixaria de comprar carnes brasileiras.
Na terça-feira (26), durante sessão da Assembleia Nacional Francesa que aprovou um veto simbólico ao acordo com o Mercosul, vários parlamentares criticaram produtos do Brasil.
"Nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo", discursou o deputado Vincent Trébuchet.
Antoine Vermorel-Marques comparou a tradicional vaca charolesa francesa, "rústica e maternal", com a mesma raça bovina criada na América do Sul.
"Aglutinada em fazendas de 10 mil cabeças, engordada, condenada aos ferros, comendo soja transgênica, em um hectare onde antes havia a floresta amazônica, abatida sem dó nem piedade e empacotada em um cargueiro refrigerado. Seu destino? Nossas mesas, nossas cantinas, vendida a metade do preço, financiada ao custo da nossa saúde, alimentada com um pesticida proibido na Europa, que fragiliza a gravidez e ataca a saúde dos recém-nascidos", disse Vermorel-Marques.