A prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) criou, via decreto, o Cartão Merenda Social nesta sexta-feira (15). A decisão foi publicada no jornal Município de Sorocaba e ocorre um dia após a retirada do projeto de lei que seria votado na Câmara Municipal. A prefeita manteve o valor de R$ 56,00 e a norma de atender apenas as famílias cadastradas no CadÚnico e no Bolsa Família.

O ato acontece 28 dias após o anúncio da criação do cartão, feito pela própria prefeita em 17 de abril, em entrevista coletiva no Paço Municipal. O programa fornecerá um vale-alimentação da merenda escolar por meio de um cartão magnético para 9.843 estudantes da rede municipal de ensino, inscritos no Bolsa Família  e Cadastro Único (CadÚnico), enquanto durar a crise do coronavírus.

O projeto da prefeita gerou muitas críticas dos parlamentares de Sorocaba. Opositores e até vereadores da base aliada da chefe do Executivo criticaram a medida, considerando o valor do cartão e o número de alunos atingidos.

O presidente do Legislativo, Fernando Dini (MDB), em mensagem em uma rede social, disse ser "inaceitável" o projeto. "Esse valor de R$ 56,00 é muito baixo. Não dá para fazer nada com isso. E também não vamos aceitar só 9.800 alunos atingidos. Nossa rede de ensino tem 60 mil alunos", afirmou o parlamentar.

Pela oposição, Rodrigo Manga (Republicanos) também criticou o projeto. "É lamentável o atraso de cerca de 60 dias para definir o pagamento do auxílio-merenda de R$ 56, e que seria apenas destinado a estudantes da rede pública municipal, com família cadastrada na Bolsa Família ou no CadÚnico Federal", disse o vereador. "Tanta enrolação, para tão pouco... É falta de respeito com a população!", salientou.

O valor do pagamento será retroativo e passará a contar a partir do dia 21 de março, data de início do Decreto de Calamidade Pública em Sorocaba. O cartão poderá ser usado em ampla rede de estabelecimentos comerciais alimentícios conveniados com a empresa provedora do vale-alimentação.