A ex-prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) falou sobre a compra de livros encontrados pelo Governo Manga estocados na Arena Multiuso, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba, nesta terça-feira (19).
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Conforme a denúncia do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), o gasto com a compra dos livros, feita no fim do ano passado, foi de R$ 29 milhões.
Durante justificativa da compra, Jaqueline explicou que o prefeito precisa, por ano, investir 25% do orçamento na área de Educação. "Se o prefeito não gastar aquilo que está previsto, o TCE [Tribunal de Contas do Estado] rejeita as contas. Não fica ao bel prazer do prefeito. Ao término, ou próximo do fim do ano, as Sedus fazem avaliação se houve aquele gasto obrigatório de 25%".
"Esse ano, além de ter essa imposição constitucional do gasto obrigatório, muitos gastos próprios do efetivo escolar não foram feitos, nem poderiam ser feitos por conta da pandemia", defendeu ela. "Foi uma aquisição regular, necessária e liquidada. Entreguei as contas em ordem", completou. "[O prefeito] vem falar em improbidade? Improbidade seria se eu não tivesse gasto os 25%".
Conteúdo com conotação sexual
Questionada sobre o conteúdo de conotação sexual do livro, que possui a faixa etária de crianças de 7 a 10 anos, ela respondeu: "Vou adquirir o livro para lê-lo de ponta a ponta e ver o contexto dele. A escolha foi feita pela equipe técnica da Secretaria de Educação. Mas vou ler o livro para não sair de forma ignorante por aí, pegar um trecho fora de contexto e falar "olha, que absurdo". Quero saber qual a mensagem pedagógica desse livro". Ela aproveitou também para alfinetar os políticos que criticaram o ato da compra pelo seu conteúdo. "Quem precisa de palco, de plateia [...], estamos no meio da pandemia, precisamos administrar com ética, com responsabilidade, esses próximos anos serão consequência muito difícil para a população", disse. "Tem aqueles que nasceram para ter plateia, mesmo com atos inócuos", criticou.
Segundo ela, havia um projeto de fazer uma biblioteca com a verba remanescente da Pasta de Educação. "Investir em livro não é gasto é investimento e pode ser feito. Pode vir aquele pensamento de quem não tem conhecimento da máquina pública "então você fez um mega gasto inadequado", como é o do atual prefeito, não foi feito", defendeu a ex-prefeita.