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Insatisfação com a política leva executivo a desenvolver aplicativo no terceiro setor

Postado em: 22/06/2019

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Ricardo Hiar, FOLHAPRESS

O paulistano Mario Mello Freire Neto, 53, diz que sempre foi uma pessoa inquieta e disposta a enfrentar desafios. Engenheiro civil formado pela Universidade de São Paulo, ainda na juventude migrou para o mercado financeiro.

A oportunidade surgiu com um convite para participar da primeira turma de trainee do BankBoston no Brasil, em 1989. “Eu via que o pessoal que trabalhava em banco estava melhor financeiramente e resolvi ir por esse caminho.”

Ao longo de mais de 30 anos de carreira, Mello passou por grandes empresas multinacionais. Foi diretor-adjunto do BankBoston e comandou a implantação do Paypal no Brasil, empresa na qual foi presidente de operações da América Latina até 2017.

Após participar de um curso em Harvard, nos Estados Unidos, passou a ter o desejo de fazer algo pelo Brasil. “Comecei a me incomodar com a situação do país e a me questionar sobre como poderia fazer algo para colaborar com a mudança do cenário.”

Mello encontrou no terceiro setor a possibilidade de unir sua experiência de gestão com a vontade de ajudar. “Queria transformar desesperança em mudanças”, diz. A frase hoje é lema do projeto criado por ele e que permite uma aproximação entre os cidadãos e o Congresso Nacional: o aplicativo Poder do Voto.

Quando teve a ideia, o passo seguinte foi informar a seus superiores sobre a decisão de sair da empresa. “Fui incentivado a seguir meu coração, mas dar o prazo de um ano para deixar o posto”.

Um ano depois, em meio às incertezas das eleições, nascia o projeto de um aplicativo para dar mais transparência às ações dos políticos no Brasil.

A plataforma permite que os eleitores acompanhem votos dos parlamentares, votem em projetos antes deles e cruzem dados para entender quais ações estão sendo adotadas. Em fevereiro de 2019, a ferramenta foi lançada e está disponível ao público.

Para Mello, acostumado a trabalhar em empresas com estrutura e capital, o grande desafio nesse processo foi encarar as dificuldades de lidar com um negócio que começou do zero, sem recursos. “O Poder do Voto não era nada, eu tinha que fazer tudo. Se furasse o pneu, tinha que trocar.”

Apesar de ter conseguido reunir R$ 891 mil em doações para realizar o projeto, ele diz que angariar recursos não foi fácil. “Achei que conseguiria levantar as doações mais rápido, mas, no fim, tive que falar com muito mais gente”, diz. Hoje, a ferramenta já tem 45 mil usuários.

Segundo o empresário, ele dedica 50% do seu tempo para manter o aplicativo, pelo qual não é remunerado. No resto do tempo, desenvolve outras atividades para manter o equilíbrio financeiro. Ele integra o conselho da Tenda Construtora e do Valor Capital Group. Também presta consultoria a empresas.

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