Thais Bilenky e Gustavo Uribe, FOLHAPRESS
O governo Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que não será possível resgatar todos os corpos soterrados pela lama em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte.
A dificuldade de localização aprofunda a dimensão trágica do rompimento da barragem da Vale, na região conhecida como Córrego do Feijão, na sexta-feira (25). Há até o momento contabilizados 84 mortos -desses, 42 já identificados- e 276 desaparecidos. Familiares e amigos lamentam a falta de informação.
Ministros mencionaram a complicação da operação de resgate dada a densidade e o volume da lama, que, em determinadas regiões, forma um bloco de massa praticamente impenetrável.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto. Com o incidente, foram liberados cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no rio Paraopeba, que passa pela região. A lama se estende por uma área de 3,6 km² e por 10 km.
Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni disse que a questão foi trazida pelo colega da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na reunião do comitê de crise no Palácio do Planalto nesta terça-feira (29).
“Este é um episódio de muita gravidade. Algumas pessoas triste e lamentavelmente não serão recuperadas. Tem uma questão de respeito e solidariedade a todas as famílias que viverão um luto sem necessariamente o seu ente querido”, afirmou Onyx. “É uma dor de intensidade absurda.”
Na manhã desta terça (29), uma operação do Ministério Público de Minas Gerais, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal prendeu cinco engenheiros -três da Vale, em Minas Gerais e dois prestadores de serviço, em São Paulo- relacionados à segurança da barragem.
Os profissionais da Vale eram os responsáveis diretos pela estrutura que se rompeu, e os dois demais, os que atestaram a segurança da barragem em laudo recente.