19 de Abril de 2024
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Governo americano libera antiviral remdesivir para tratamento de pacientes com Covid-19

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Postado em: 01/05/2020

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Folhapress

A FDA (Administração de Drogas e Remédios, na sigla em inglês) dos Estados Unidos autorizou a farmacêutica Gilead a utilizar o medicamento Remdesivir no tratamento de pacientes com a COVID-19. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Trump na tarde desta sexta-feira (1º).

O remdesivir é o primeiro remédio capaz de melhorar a situação dos doentes de Covid-19, segundo anúncio do governo americano. Um estudo teria mostrado que o antiviral reduziu o tempo mediano de recuperação dos doentes de 15 para 11 dias. "Recuperação", no caso, quer dizer alta do hospital e volta às atividades normais.

Anthony Fauci divulgou os números gerais da pesquisa no Salão Oval da Casa Branca, junto de Donald Trump. Fauci é o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), é um dos principais imunologistas do mundo e o consultor da Casa Branca em matéria de Covid-19.

Fauci comparou o anúncio à divulgação dos primeiros resultados positivos da droga AZT contra o HIV, faz 34 anos, então uma reviravolta no tratamento de uma doença tida como incurável. O resultado com o remdesivir não foi "tiro e queda" (um "knockout"), recuperação total, mas "provou-se um conceito", disse o cientista: "um remédio pode conter esse vírus".

A notícia ajuda a animar os mercados financeiros pelo mundo mesmo em um dia em que se soube, com números, que os EUA passam pela pior recessão desde o colapso de 2008.

O estudo sobre a eficácia do remédio, no entanto, ainda não foi publicado em revista cientifica com avaliação de cientistas independentes.

Um relatório mais completo sobre a pesquisa foi publicado nesta quarta (29) pela Niaid.

O teste divulgado por Fauci foi realizado por grupos de cientistas independentes do governo, coordenados e patrocinados pelo NIAID: 47 nos EUA, 21 em outros países de Ásia e Europa. O primeiro paciente a ser tratado foi um voluntário americano que tinha ficado doente no Diamond Princess, o cruzeiro que ficou fechado e ancorado no Japão, com muitos casos de Covid-19.

Trata-se do primeiro teste em que foi feita uma comparação adequada entre os pacientes que receberam remdesivir com aqueles que tomaram uma substância inócua (um grupo de controle que recebe placebo), tratamentos distribuídos às cegas. Foi o primeiro teste americano a fim de examinar um tratamento experimental para a Covid-19.

O experimento durou de 21 de fevereiro a 19 de abril. Envolveu 1.063 pacientes internados com casos avançados de Covid-19 e pneumonia. "O primeiro objetivo foi cumprido", disse ainda Fauci: reduzir o tempo de recuperação. Segundo números ainda preliminares, o remdesivir parece reduzir a mortalidade dos doentes, embora os resultados sejam menos conclusivos –entre os que tomaram remédio, 8% morreram, ante 11,6% dos que tomaram placebo.

Considerados os resultados positivos e a descoberta de um alvo para atingir o coronavírus, teria sido aberto um caminho para o tratamento da doença, disse Fauci.

Em nota, o Niaid disse que a agência reguladora de alimentos e remédios dos EUA (FDA) e a farmacêutica Gilead vão tentar aprovar e produzir o remédio o mais rápido possível.

O remdesivir foi desenvolvido pela Gilead para tratar de outras doenças, acabou sendo testado, com pouco sucesso, para tratar o ebola e parecia promissor, em testes com animais, contra outros coronavírus. Não fora até agora aprovado para tratamento de doença alguma.

Nesta quarta-feira, a empresa também divulgou um resultado de um teste positivo com o remédio. Descobriu que administrar o remédio por cinco dias dá tanto ou mais resultado que o tratamento por dez dias –é uma redução de custo, uma possibilidade de fornecer o remédio a mais doentes, disse em nota Merdad Parsey, diretor-médico da Gilead.

Ainda nesta quarta, um estudo publicado na revista médica inglesa "Lancet", feito na China e em parte vazado faz alguns dias, diz que pacientes que receberam o medicamento se recuperaram mais rapidamente do que os que receberam placebo, mas que os resultados não são estatisticamente relevantes.

O estudo foi interrompido antes depois que só 237 dos 453 voluntários desejados foram inscritos, porque não havia mais pacientes que preenchessem os critérios em Wuhan. A interrupção tornou os dados inconclusivos. A pesquisa não mostrou um achado estatisticamente significante que confirme o benefício do tratamento nem serviu para descartá-lo.

Sobre o teste patrocinado pelo NIAID, a Gilead disse o seguinte: "Entendemos que o estudo atingiu seu objetivo primário". A empresa afirmou também que continua a desenvolver outros testes, também conduzidos por outras instituições de pesquisa em vários países.

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