THAÍSA OLIVEIRA - FOLHAPRESS
Contas de WhatsApp vinculadas ao general da reserva Mario Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL), encaminharam mensagens para criar um "cenário caótico" em Brasília dois dias antes da diplomação de Lula (PT) e forçar as Forças Armadas a agir.
O comunicado identificado pela Polícia Federal convocava os manifestantes para uma manifestação em 10 de dezembro de 2022. Lula foi diplomado em 12 de dezembro de 2022 -data antecipada em uma semana a pedido da campanha do presidente eleito diante dos protestos golpistas em frente a quartéis.
O texto compartilhado pelo WhatsApp em 2022 dizia ser preciso fazer "a maior mobilização da história do Brasil" em 10 de dezembro "para que o cenário caótico estabelecido a nível nacional seja impossível de ser resolvido sem a convocação das Forças Armadas".
A mensagem também orientava as pessoas a repassarem a convocação individualmente e apagarem depois: "Depois de mandar essa mensagem e se certificar de que as pessoas a receberam, apague-a. Para que não fique registrado em nenhum WhatsApp. Chegou a hora, povo brasileiro".
"A investigação identificou mensagens que foram encaminhados entre contas de WhatsApp vinculadas ao próprio general Mario Fernandes, possivelmente com o intuito de preservar o conteúdo e dificultar a identificação do interlocutor da mensagem", diz o relatório da PF divulgado nesta terça-feira (26).
No dia em que Lula foi diplomado, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, incendiaram veículos, tentaram arremessar um ônibus de um viaduto, espalharam botijões de gás pela cidade e cercaram o hotel onde ele estava hospedado.