Diversas pessoas se aglomeraram em filas nos CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) de Sorocaba, durante a manhã desta segunda-feira (13), na esperança de receber cestas básicas de alimentos da prefeitura, porém foram embora de mãos vazias.
Conforme o apurado pelo Ipa Online, no CRAS Nova Esperança, por exemplo, foi registrado inclusive tumulto, apesar de a unidade não ter aberto suas portas por atendimento. Famílias carentes, que foram ao local com expectativa de receber ajuda da prefeitura, tiveram de ir embora sem auxílio do Poder Público.
A aglomeração acontece justamente no momento em que a própria Secretaria Municipal de Saúde recomenda isolamento social para prevenir contágio e disseminação do novo coronavírus.
No último dia 8 de abril, a agência de notícias da prefeitura havia divulgado que a partir desta segunda-feira (13) haveria "distribuição de cestas básicas para cerca de 13.500 famílias consideradas de baixa renda do município". "A Secretaria Municipal de Cidadania será a responsável por coordenar o trabalho de entrega das cestas básicas. Por isso, o secretário Paulo Henrique Soranz lembrou que na segunda-feira (6) um edital foi publicado chamando as instituições ao credenciamento, com o objetivo de organizar o fluxo e a distribuição dos alimentos às famílias necessitadas", dizia o texto. Segundo o secretário de Cidadania, Paulo Henrique Soranz, "os 12 CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) que estão espalhados em vários pontos da cidade seriam utilizados como referência territorial para controle da distribuição".
Cientes da situação, os vereadores Rodrigo Manga e Vitão do Cachorrão foram até o sexto andar do Palácio dos Tropeiros para pedir justificativa à prefeita Jaqueline Coutinho sobre por que não houve a entrega. Uma transmissão ao vivo no Facebook mostra o momento em que ambos os parlamentares insistem em entrar no gabinete para falar com Jaqueline, mas são constantemente impedidos por assessores da chefe do Executivo.
Exaltado, Manga chegou a discutir com o Secretário de Comunicação e Eventos, Renato Monteiro, por instantes. O intuito é que a conversa entre vereadores e prefeita fosse transmitida ao vivo, o que não foi permitido por Jaqueline.
Os vereadores pedem um meio facilitador para que famílias carentes recebam com mais praticidade as cestas básicas fornecidas pela prefeitura. "Muitos não têm celular, nem internet para fazer cadastro", ressalta Vitão. "Um tapa na cara", disse Manga. "Foi falta de respeito da prefeita, que deveria ter falado com o povo. No meu ponto de vista, ela agiu extremamente mal", opinou.
Já no fim da live, Soranz aparece conversando com os vereadores e explicou que, "aos poucos, vai conseguir proteger essas famílias. Quem recebe Bolsa Família terá prioridade". Segundo ele, 13.500 famílias em situação de extrema pobreza serão visitadas pela prefeitura e receberão cestas básicas. As famílias cadastradas nos programas sociais, pontuou ele, já serão atendidas. As que ainda não fizeram cadastro poderão se inscrever por meio de um novo sistema a ser lançado, o Vigilância Social.