04 de Outubro de 2024
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Ex-secretário revela esquema de corrupção no governo; Taty Polis receberia R$ 11 mil

Postado em: 16/04/2019

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O ex-secretário de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Sorocaba, Eloy de Oliveira, fez um depoimento espontâneo à Polícia Civil na semana passada, e denunciou um esquema de corrupção, tráfico de influência e desvio de dinheiro público envolvendo o prefeito de Sorocaba, José Crespo (DEM) e a ex-assessora Tatiane Polis, que prestou serviços voluntários ao prefeito. Os depoimentos foram colhidos na quarta e sexta-feira da semana passada, na cidade de Salto, onde Eloy reside. Ele forneceu documentos e arquivos eletrônicos que embasam suas denúncias à polícia na esteira da investigação da Operação Casa de Papel. O IPA Online ainda não obteve respostas dos envolvidos.

As informações foram divulgadas com exclusividade pela TV TEM. O IPA Online teve acesso à detalhes das informações na tarde desta terça-feira (16). O presidente da Câmara Municipal, vereador Fernando Dini (MDB), a presidente da CPI do Falso Voluntariado, vereadora Iara Bernardi (PT), e o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Salatiel Hergesel, estarão presentes nesta quarta-feira (17) no Jornal da Ipanema ao vivo, para comentar a situação política de Sorocaba. As entrevistas ao vivo no estúdio começam às 7h30.

Tatiane Polis e seu marido, William Polis, devem prestar depoimento amanhã na CPI do Falso Voluntariado. A comissão foi criada após denúncias de que Tatiane seguiria atuando na Prefeitura. A polícia civil investiga o caso a partir de pedido do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Salatiel Hergesel, que recebeu denúncias de que Polis praticava assédio moral em servidores de carreira.

Eloy pediu exoneração na semana passada, após ser envolvido nas investigações da Operação Casa de Papel, que investiga a atuação de uma organização criminosa nas Secretarias de Comunicação e Cultura da Prefeitura. Em seu depoimento, ele afirmou que a ligação de Tatiane Polis com o prefeito Crespo era “forte”, que ele a conheceu no escritório de Renato Amary durante a campanha do prefeito, e ela atuaria com poderes de uma “Secretária de Governo” dentro da Administração Municipal. De acordo com o ex-secretário, Polis teria influência para remover funcionários que discordassem de suas ordens.

Segundo Eloy, Crespo teria insistido para que a empresa DGentil, com nome fantasia de Estação Primeira da Propaganda, pagasse um valor a Tatiane Polis. Primeiro, ele tentou que ela fosse contratada. A empresa se recusou, mas seu proprietário, Luís Navarro, aceitou a pagar a ela um valor de R$ 11 mil, por determinação de Crespo, para através do contrato de Publicidade que a agência tem com a Prefeitura, licitado em R$ 20 milhões. Ela seria voluntária na Secretaria de Comunicação.

De acordo com as denúncias, Tatiane Polis teria um ramal próprio no sexto andar da Prefeitura. Segundo Eloy, a ex-voluntária, de fato, nunca se desligou da Prefeitura.

O depoimento de Eloy foi dado à polícia como parte da operação Casa de Papel, que investiga seis crimes e a organização de uma organização criminosa dentro da Prefeitura de Sorocaba. Seu relacionamento com Tatiane Polis teria se deteriorado durante a crise do “diploma falso”. Em seu depoimento, Eloy afirmou que ele foi um dos secretários que aconselhou José Crespo a exonerar a antiga assessora. A decisão só foi tomada a pedido da própria Tatiane, segundo Eloy, após conversa com ele.

O caso do diploma culminou em uma comissão processante na Câmara de Sorocaba que afastou José Crespo do mandato em 2017. Ele voltou ao cargo 41 dias depois, por decisão da Justiça, devido a irregularidades no processo de votação da Comissão Processante.

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