A vice-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PTB), demonstrando-se exaltada em diversos momentos, realizou, na tribuna da Câmara de Vereadores, sua defesa dentro do rito processual de julgamento de sua cassação por cometer suposta infração político-administrativa.
Assim como sempre o fez, a vice negou ter cometido qualquer ato ilícito durante seu mandato como vice-prefeita ou prefeita em exercício quando assumiu a Prefeitura de Sorocaba na ausência do prefeito José Crespo (DEM). “Há interesse de erigir em Jaqueline um bode expiatório por eventuais falhas da administração”, disparou. “Vai ficar evidente, nessa cassação, algo desproporcional”. “Não aceito troca de favores, nunca aceitei”.
Jaqueline utilizou mais de 50 minutos de fala para se defender. Vinte minutos foram utilizados por seu advogado, Haroldo Fazano. A vice possui, no total, duas horas para apresentar sua defesa. “Nunca obtive qualquer vantagem econômica. Não há sequer falar em suposta lesão ou enriquecimento ilícito”, disse. A vice ainda reclamou que, nos autos do processo da investigação, não constam o depoimento de uma testemunha dela, que teve seu depoimento indeferido pela Comissão Processante.
Em certo trecho, Jaqueline denunciou também que um relatório contendo o registro do controle de horários de entrada e saída de seu condomínio não foi utilizado no processo de investigação.
Jaqueline é acusada de usar um ex-servidor do Saae para prestar serviços particulares para ela durante o horário de expediente dele. “Eu não tinha controle sobre os horários dele. Ele tinha seus chefes imediatos. Ele não estava sob minha subordinação”, defendeu-se.
Ainda, reclamou da teoria da “responsabilidade objetiva” que consta no relatório da Comissão Processante, alegando que esta seria uma maneira para responsabilizá-la de forma “não pessoal”.
São integrantes da Comissão Processante os vereadores Luís Santos (PROS, presidente); Anselmo Neto (PSDB, relator) e José Francisco Martinez. Por unanimidade, eles apresentaram no relatório recomendação por cassar a vice-prefeita.
O advogado de Jaqueline, Haroldo Fazano, alegou que “não há provas ou dolo” cometidos por Jaqueline, por isso, “não pode haver condenação”. Segundo Fazano, “a comissão supôs falta de decoro”.
Já no fim de seu discurso, Jaqueline pediu perdão aos seus pais por “todo o dissabor que eles estão passando”. Semana passada, seus pais, em decorrência de estresse, foram hospitalizados, mas passam bem.