FOLHAPRESS
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu nova investigação para apurar novas acusações de abusos sexuais praticados pelo terapeuta interpessoal Harry Tadashi Kadomoto. Quatro ex-alunas e pacientes relataram ter sido abusadas,
Kadomoto ficou conhecido como o "guru da meditação" durante a pandemia, quando passou a fazer lives sobre o assunto duas vezes ao dia. As transmissões tinham milhares de visualizações. Ele também dizia já ter atendido mais de 100 mil pessoas em seus cursos. de pessoas.
No início de outubro, a Justiça de São Paulo aceitou denúncia do MP e o tornou réu por estupro de vulnerável. Uma ex-paciente diz ter sofrido abusos sexuais e estupros por seis vezes entre 2017 e 2019. Ela relata que Kadomoto se aproveitava de sua fragilidade emocional.
Em 12 de outubro, ele gravou um vídeo em que nega ter cometido os crimes. Foi a última manifestação pública do terapeuta desde as acusações.
"Fui acusado de atos muito graves e que não cometi", disse o terapeuta antes de anunciar que se afastaria das redes sociais e do atendimento de pacientes.
"Quem me conhece e convive comigo sabe da minha conduta e respeito que tenho pelo cuidado com as pessoas. Tenho falhas, cometo erros, mas jamais cometi atos criminosos."
As primeiras denúncias foram reveladas pela Globonews. O caso, no qual o terapeuta virou réu, cita as primeiras situações de abuso em 2017. A vítima, com distúrbios alimentares e depressão, foi orientada por Kadomoto a fazer sessões de terapia individual, segundo a acusação.
Ainda segundo a acusação, em cinco dessas sessões, ele teria tido relações sexuais com a jovem, sob o pretexto de fazer parte do tratamento. A jovem estava grávida na época.
Até o momento, sete mulheres já fizeram denúncias ao MP relatando os abusos do terapeuta. Nesta segunda investigação, ainda em fase inicial, a promotoria apura também outros crimes, como violação sexual mediante fraude, curandeirismo e exercício ilegal da profissão.
Para o caso, o Ministério Público montou uma força-tarefa para receber as denúncias de possíveis novas vítimas. O procedimento é o mesmo usado no caso do médium João de Deus.
As denúncias podem ser feitas por email e depois serão analisadas por uma equipe especializada.
A reportagem tentou contato com o terapeuta, mas não o localizou.