Artur Rodrigues, FOLHAPRESS
Mais da metade dos sepultamentos no maior cemitério de São Paulo, o da Vila Formosa (zona leste de SP), já são por coronavírus.
Nesta segunda-feira (13), foram 25 casos, de um total de 48 sepultamentos na unidades. No início deste mês, conforme o jornal Folha de S.Paulo revelou, eram no máximo seis por dia na Vila Formosa e entre 30 e 40 por dia em toda a cidade.
A reportagem apurou que esse é a quantidade de enterros no protocolo D3, criado para designar as mortes suspeitas, muitas delas ainda sem confirmação devido à falta de testes.
O cemitério da Vila Formosa é dividido em duas partes. Enquanto num dia fazem enterros na primeira, abrem covas na segunda. Nesta segunda, os 25 foram enterrados nesta segunda parte.
O número preocupa preocupa o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), uma vez que a categoria não vê número estoque correspondente de macacões. A categoria cobra que a Prefeitura de São Paulo revele o número geral de sepultamentos com mortes suspeitas por coronavírus.
"Para nós o problema é o número de equipamentos de proteção individual. O macacão a gente não tem mais no almoxarifado", disse João Batista Gomes, do Sindsep.
Segundo o sindicato, foram comprados 2.700 macacões de proteção individual, o que é insuficiente. Citam como exemplo que no mesmo período houve compra de 5 mil sacos para cadáveres. Geralmente, um macacão é usado para fazer um enterro.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou, aumentou em 41% a previsão de gasto com cemitérios na cidade de São Paulo.
Segundo a execução orçamentária, Covas aumentou de R$ 27,9 milhões para R$ 39,6 milhões a previsão de gastos com a rúbrica manutenção e operação de cemitérios.
Na sexta-feira (10), Covas publicou no Diário Oficial crédito suplementar de R$ 11,7 milhões para esta área.