O ex-presidente da Câmara dos Deputados Federais, Eduardo Cunha, participou do Jornal da Manhã, da Jovem Pan Sorocaba, nesta manhã de segunda-feira (27).
Cunha foi entrevistado pelo coordenador de jornalismo e apresentador Gustavo Ferrari. Durante entrevista, fez duras críticas à ex-presidente Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, além de avaliar o Governo Bolsonaro como "melhor que o PT".
Lançamento de livro
Cunha lança seu livro chamado "Tchau, querida - o diário do impeachment", que narra todo o processo e bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sob sua ótica. O livro, com 808 páginas, foi escrito em conjunto com a filha de Cunha, Danielle Cunha.
Como forma de divulgar sua obra literária em Sorocaba, Cunha fará uma noite de autógrafos das 18h30 às 20h30 no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico (rua Doutor Ruy Barbosa, 84, Vila Hortência).
"Não houve golpe. Ela foi a verdadeira golpista. Ela deu o golpe no Lula. Não vou entrar no mérito pessoal dela. A crítica que eu tenho dela é sua incapacidade política e a forma equivocada de ela fazer política", disse.
"Sou contra o PT e as políticas públicas do PT. O governo do PT foi um desastre para o país e, se voltar, será outro desastre", diz.
"O livro tende a ser de história. Ele trata da lei do impeachment, criado em 1950. Ele traz período do estado novo, todas as eleições presidenciais, o regime militar, a Constituição de 1988. São 400 páginas de história e outras 400 um diário fiel do impeachment da Dilma", explicou ele.
Cunha veio a Sorocaba e, durante sua visita, foi acompanhado pelo vereador Cícero João (PSD).
Governo Bolsonaro
Questionado sobre o que acha do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Cunha disse que ele sofre "perseguição" da mídia e que é "melhor que o PT em qualquer ponto".
"É um governo de difícil avaliação, pois passamos por dois anos de pandemia e seis meses de guerra. Temos um ano de governo para avaliar. Comparado com o Governo Dilma e do PT, certamente ele está melhor em quase todos os pontos que você quiser comparar", defendeu.
"Bolsonaro sofre uma perseguição da mídia como nunca vi na história do Brasil. Ele estabeleceu forma de comunicação que tirou intermediação da mídia. Ele fala direto com a população. A mídia foi diluída no Governo do Bolsonaro. Ela reage confrontando o Bolsonaro. Ouso dizer que, se ele for reeleito, no primeiro dia do segundo mandato dele vão dizer que ele vai dar o golpe querendo o terceiro mandato fora da Constituição", disse. "A mídia leva a uma radicalização que não influencia na vida. A influência é o resultado. O governo Bolsonaro poderia ter sido melhor? Poderia, mas estamos num período de crise mundial".
"Entre o Governo Bolsonaro e os governos do PT, avalio que o Governo Bolsonaro foi melhor", enfatizou novamente.
"É uma bobeira falar que Bolsonaro confronta a democracia. Uma coisa é confrontar, criticar todos podemos. Confrontar para que não seja cumprida a decisão das instituições, nunca vi Bolsonaro fazer", disse.
Confiança nas urnas
Questionado se confia no resultado das urnas, Cunha respondeu que "pode ocorrer um dia, se não houver prevenção. "Fazemos uma similaridade com casa: toda casa é segura até o dia em que ela é arrombada. Não diria que houve fraude eleitoral. Temos de ter um processo de controle continuado, pois a casa pode ser arrombada um dia. Se não nos prevenirmos, isso pode acontecer um dia", declarou.
Cunha disse que hoje não há "amizade ou relação" com o ex-presidente Michel Temer, então vice de Dilma. "O próprio Michel Temer não sofria impeachment depois, porque não tinha ninguém para colocar no lugar", disse. "O Michel se colocou como postulante, querendo, participou de articulações. Michel ocupou o cargo da Dilma, isso não podemos negar", disse.
Prisão na Lava Jato
Eduardo Cunha foi preso durante a operação Lava Jato, por meio do ex-juiz Sergio Moro. O assunto também é tratado no livro.
"Nosso fake Moro, como dizemos hoje, era de uma organização política com viés totalitário. Me condenou em primeiro grau com prisão preventiva, e a condenação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal há nove meses. A prisão foi ilegal", defendeu-se. "Ao terminar os processos, vamos buscar reparação. Fui vítima de processo político", concluiu.
"Fui vítima de uma série de situações, que não tenho dúvidas de que foi pelo impeachment. É uma situação política que me levou à prisão feita por um juiz fake. O STF considerou que ele atuou de forma fraudulenta e o processo foi ilegal", afirmou.