IPA Online, com informações da Folhapress e da Agência Sorocaba
A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho, protocolou nesta sexta-feira (29), junto ao governo do Estado, um ofício solicitando o avanço da cidade à “Fase 3” do Plano São Paulo de flexibilização das atividades econômicas. No mesmo documento também é pedida a revisão e avaliação dos dados de Sorocaba, apresentados seguindo os critérios epidemiológicos do decreto estadual. Nesta sexta-feira, o governador João Dória cedeu à pressão das cidades do litoral do Estado e mudou a classificação daquela região.
Dos cinco indicadores solicitados pelo Estado, Sorocaba encontra-se como “Fase 3” em três indicadores. São eles: quociente da divisão entre o número de pacientes suspeitos, ou confirmados, com COVID-19 internados em UTI e o número de leitos hospitalares destinados ao tratamento intensivo de pacientes com COVID-19; quociente da divisão entre o número de novos casos confirmados de COVID-19 nos últimos 7 dias e o número de novos casos confirmados de COVID-19 nos 7 dias anteriores; resultado da divisão entre a média diária de internações de pacientes confirmados, ou com suspeita, de COVID-19 nos últimos 7 dias e a média diária de internações de pacientes confirmados, ou com suspeita, de COVID-19 nos 7 dias anteriores.
Já nos outros dois indicadores, a cidade tem a classificação “Fase 2” em resultado da divisão de óbitos por COVID-19, nos últimos 7 dias, pelo número de óbitos por COVID19 nos 7 dias anteriores; e “Fase 4” na quantidade de leitos hospitalares destinados ao tratamento intensivo de pacientes com COVID-19, por 100 mil habitantes. Com esses dados, Sorocaba possui classificação final de “Fase 3”.
Os dias analisados foram entre o período de 14 a 20 de maio e do dia 21 a 27 do mesmo mês. A Prefeitura de Sorocaba manterá a análise semanal dos critérios expostos, como monitoramento do cenário epidemiológico, para definições das ações de controle das medidas de isolamento.
“Como temos feito até agora, dentro da lei, seguimos sempre aquilo que é determinado, visando o melhor para Sorocaba. Mas considerando nossa realidade, é justo que tenhamos a devida deferência para que os sorocabanos e nossa economia possa voltar a crescer, sempre com consciência e responsabilidade”, enfatizou a prefeita.
Governador cedeu ao litoral
O governador João Doria (PSDB) acatou o pedido de reclassificação para a quarentena protocolada por prefeitos de nove cidades do litoral sul de São Paulo. A região, antes inserida na fase 1-vermelha, a mais rígida de um mapa que vai de 1 a 5 e prevê categorias graduais de isolamento, passará agora a integrar a fase 2-laranja.
A decisão permitirá que cidades como Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga, na Baixada Santista, reabram os seus comércios.
"O governo do estado e os prefeitos chegaram ao entendimento, após a apresentação de leitos na região e a inclusão na aferição do estado. Com essa informações, a Baixada Santista estaria hoje classificada na fase 2", diz um trecho da nota divulgada pelo governo de São Paulo.
A oficialização da mudança ocorrerá na próxima quarta-feira (3), após a consolidação dos dados apresentados. De acordo com os prefeitos, números exibidos pelo estado divergiam dos levantados pelos municípios durante o período de pandemia.
"Precisava, sim, haver bom senso. Como contestar números? A taxa de ocupação de leitos estava totalmente errada e o número de óbitos, também. Agora, passa por um grande senso de responsabilidade nosso definirmos as regras para reabrirmos o comércio", disse à reportagem o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB).
O anúncio na última quarta (27) de que a região estava inserida na fase 1, classificação utilizada para as cidades de alerta máximo, permitindo o funcionamento somente dos serviços essenciais, revoltou os políticos locais. Quase todos eles se pronunciaram contestando e atacando a decisão de Doria.
"Nós estamos encontrando muitas incoerências nos dados apresentados pelo estado hoje à tarde. O governador demonstra, de fato, não conhecer a Baixada Santista, não conhecer os números", afirmou durante uma live o prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB).
Ainda nesta sexta (29), Doria disse que não se "submete a pressão de prefeitos" e manteve a decisão de não liberar a reabertura gradual em nenhuma das cidades da Grande São Paulo. As prefeituras também questionam as novas regras de quarentena.
Segundo Doria, as cidades vizinhas à capital não foram incluídas na reabertura por não terem quantidade de leitos considerada suficiente para o atendimento de pacientes com coronavírus. Ele disse que a reavaliação só será feita após a expansão da rede de saúde.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), presidente do conselho dos nove municípios, explicou que shoppings e demais comércios ainda não reabrirão na próxima semana.
"O intuito dessa luta que travamos era de ter a justiça no critério, e isso foi feito. Havia uma análise equivocada dos dados. Conseguimos a garantia da autonomia, mas ainda vamos discutir regras para uma retomada. Nesta semana não reabriremos", disse Barbosa.
Segundo o governo paulista, municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores por meio de decretos, observando também os planos regionais. Entre os pré-requisitos para a flexibilização está a adesão a protocolos de testagem.
Regiões do interior do estado como Sorocaba, Franca, Ribeirão Preto, Araçatuba, Marília e Campinas, por exemplo, já haviam recebido a mesma classificação e poderão abrir mais seu comércio e setores ligados a serviços a partir de 1º de junho.
A Associação Comercial de Santos disse estar "no limite para a retomada dos negócios" e que "certamente comerciantes encontrarão dificuldades" neste retorno, mas ainda não comentou sobre uma data para a reabertura.